Cena de sexta à noite: estou eu todo esparramado no "maple" a ver TV quando batem à porta do apartamento. Era o segurança do aparthotel dizendo que uma "cobrinha", depois de ter tentado subir pelo pneu da frente do carro foi andando e conseguira subir para o chassis.
Claro que a primeira coisa que me lembrei foi dos casos, em Moçambique, em que condutores, depois de passarem por cima de cobras... aparecerem mortos! A "bichinha" conseguira agarrar-se ao carro e, entando pelos buracos dos pedais, picou o condutor, levando-o à morte. Upps! Chega pra lá!...
Calcei os sapatos --- ir de chinelos? Nem pensar!... :-) --- e lá fui ver o que se passava. Com a escuridão não dava para ver nada, claro. A única coisa que me lembrei de fazer foi ligar o carro e ir dar uma pequena volta com ele para ver se ela caía, não me esquecendo de fazer umas travagens bruscas na esperança de a apanhar apoiada só num pé e cair... :-). Só faltou abanar o rabo para a fazer cair...
Depois voltei ao quarto e passado um bocado apareceu a cozinheira, que tanbém tinha visto a "cobrinha" e suas tentativas --- bem sucedidas... --- para trepar para o carro, a dizer-me: "Senhor! O segurança diz que o melhor é o senhor amanhã ir logo de manhã a uma lavagem de carro para eles lavarem bem o carro por baixo e verem se tem cobra ou, com a água da agulheta, a enxotarem!...". Não estava mal pensado!...
E hoje de manhã lá fui eu em busca de uma lavagem ("fase kareta") com vala para se poder ver a parte de baixo do carro e a lavar com agulheta. Encontrei uma em Fatuhada, logo depois do "palácio do Presidente", os serviços da Presidência da República.
Explicado ao que vinha, os moços meteram mãos à obra e deram um banho completo ao "jeep". Só faltou meterem-no num alguidar e virá-lo de um lado para o outro!... Finalmente veio a revelação que eu queria: "cobra não tem, senhor!..." Ufff!...
Depois desta "estória" contada, alguém me pode dizer porque é que 2 ou 3 pessoas viram a "cobrinha" e suas tentativas de subir para o carro e não pegaram na vassoura que estava ali ao lado e a enxotaram?!...
Coisas...
O paraíso só tem uma "amostra" de centro comercial, as piores estradas do mundo (o que é ótimo, afinal é suposto haver pouca gente lá, certo?) e é o lugar perfeito para usar uma câmara fotográfica profissional. Blog sobre Timor Leste e as aventuras de dois (ou mais) "malais" na terra que "o Sol, em nascendo, vê primeiro" (Camões)
sábado, 26 de fevereiro de 2011
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Que meda!...
Isso mesmo!... Que meda!... Não me enganei no título! Não falta letra nenhuma e é assim mesmo, no feminino!...
Trata-se de um marsupial --- e por isso "primo" dos cangurus... --- arborícola que existe em Timor com alguma abundância. Pelo menos lá para os lados de Maubara aparecem frequentemente. E os timorenses "chamam-lhe um figo" pois dizem que a carne é muito boa! Mas quem tem coragem de matar um bicho destes?
Mas vamos à "estória"..
Hoje foi dia de visita ao "Vô" Serra e quando lá cheguei contou-me logo que tinham apanhado uma meda que caíra de uma árvore perto da casa dele apenas algumas horas antes. A queda teria sido motivada pelo facto de ela estar muito pesada por transportar consigo, em cada uma das duas bolsas que possui, um filho já grandote. Os filhos agarram-se à mama da mãe que está dentro da bolsa e só a largam quando estão capazes de sobreviverem por si mesmos. Nessa altura, não regressam à bolsa maternal.
O curioso é que poucos dias antes tinham apanhado uma outra, esta bem mais pequena, que tinham prendido a uma árvore para ela se alimentar... e esperar que eu chegasse no domingo para tirar fotos!... :-)
As medas estão preparadas para a (boa) vida que levam, passeando-se perguiçosamente entre as árvores graças às suas unhas aguçadas nas patas e à sua cauda preensil que usam para se agarrarem melhor às árvores. Nomeadamente aos caféeiros, já que adoram as cerejas bem maduras do café.
Enfim, fizemos toda a gente jurar a pés juntos que não iriam matar a meda para a comer... E lá viemos, depois de a deixarmos sossegada na copa de uma árvore, confiantes na palavra dada... :-)
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Dare "et ses environs!... " :-)
A época das chuvas não é boa para passear por montes e vales neste país, como calculam... Por isso tenho estado um bocado "sossegado", tendo-me limitado a ir duas vezes dar um abraço ao "vô" Serra, uma delas com mais uma pequena "tropa fandanga" de quatro amigos e outra vez espreitar a central de Hera. Ou o projecto de projecto de central eléctrica...
No fim de semana passado, finalmente, decidi-me a ir dar uma "curva ao bilhar grande". O destino foi Dare, sobranceiro a Dili e no caminho para Aileu. A causa imediata da decisão de ir para aqueles lados foi uma discussão em torno das placas que estiveram e das que agora estão no monumento que os australianos ali erigiram ainda no tempo da administração portuguesa para agradecerem o apoio "dos portugueses do Minho a Timor" aos seus soldados durante a segunda grande guerra.
Passado o local, segui em frente, em direcção ao convento ali existente.
Reconhecido o local de outras andanças, decidi-me ir mais além e "xeretar" o caminho que dali penetra na montanha sem saber muito bem onde ele me levaria... Assim é que eu gosto... :-)
E lá fui eu... As paisagens são deslumbrantes, quer do próprio percurso quer a vista que dali se tem sobre Dili.
A certa altura dá-se com um pequeno "campanário" onde está uma figura de Nossa Senhora com o Menino que depois me lembrei já ter visto pois aquele é o caminho para umas instalações onde, por vezes, se organizavam "retiros" para discutir documentos importantes para o desenvolvimento de Timor Leste. A única (última?) vez que lá tinha estado foi em 2003, salvo erro, quando começaram a preparar o segundo Relatório do Desenvolvimento Humano de Timor Leste (fui o organizador do primeiro, publicado nas vésperas da "independência, em Maio de 2002).
Em frente... E lá fui andando, com algumas vistas espectaculares de Dili, nomeadamente da ribeira de Comoro.
A estrada, apesar de ser de terra batida, até não está má e por isso fui andando, andando. De vez em quando passava por alguém que me dizia "Ba Dili" (vou para Dili)... E eu a "fugir" dela...
A certa altura e porque já tinha passado os 700 metros de altitude, comecei a ficar "nas núvens" e foi então que comecei a pensar se valeria a pena continuar pois teria dificuldades em ver a estrada e já estava a deixar de ver a paisagem. Foi então que decidi voltar para trás sem saber ao certo onde a estrada me levaria. Mas fiquei desconfiado que eu iria parar... dentro da Ribeira de Comoro...
Como esta leva, agora, água demais para o meu gosto, também por isso resolvi retroceder.
E assim fiz. Estava então aqui:
E para a despedida, tomem lá esta flor...
Ou preferem esta?
No fim de semana passado, finalmente, decidi-me a ir dar uma "curva ao bilhar grande". O destino foi Dare, sobranceiro a Dili e no caminho para Aileu. A causa imediata da decisão de ir para aqueles lados foi uma discussão em torno das placas que estiveram e das que agora estão no monumento que os australianos ali erigiram ainda no tempo da administração portuguesa para agradecerem o apoio "dos portugueses do Minho a Timor" aos seus soldados durante a segunda grande guerra.
Passado o local, segui em frente, em direcção ao convento ali existente.
Reconhecido o local de outras andanças, decidi-me ir mais além e "xeretar" o caminho que dali penetra na montanha sem saber muito bem onde ele me levaria... Assim é que eu gosto... :-)
E lá fui eu... As paisagens são deslumbrantes, quer do próprio percurso quer a vista que dali se tem sobre Dili.
A certa altura dá-se com um pequeno "campanário" onde está uma figura de Nossa Senhora com o Menino que depois me lembrei já ter visto pois aquele é o caminho para umas instalações onde, por vezes, se organizavam "retiros" para discutir documentos importantes para o desenvolvimento de Timor Leste. A única (última?) vez que lá tinha estado foi em 2003, salvo erro, quando começaram a preparar o segundo Relatório do Desenvolvimento Humano de Timor Leste (fui o organizador do primeiro, publicado nas vésperas da "independência, em Maio de 2002).
Em frente... E lá fui andando, com algumas vistas espectaculares de Dili, nomeadamente da ribeira de Comoro.
A estrada, apesar de ser de terra batida, até não está má e por isso fui andando, andando. De vez em quando passava por alguém que me dizia "Ba Dili" (vou para Dili)... E eu a "fugir" dela...
A certa altura e porque já tinha passado os 700 metros de altitude, comecei a ficar "nas núvens" e foi então que comecei a pensar se valeria a pena continuar pois teria dificuldades em ver a estrada e já estava a deixar de ver a paisagem. Foi então que decidi voltar para trás sem saber ao certo onde a estrada me levaria. Mas fiquei desconfiado que eu iria parar... dentro da Ribeira de Comoro...
Como esta leva, agora, água demais para o meu gosto, também por isso resolvi retroceder.
E assim fiz. Estava então aqui:
E para a despedida, tomem lá esta flor...
Ou preferem esta?