terça-feira, 14 de julho de 2015

À terceira foi de vez... ;)

Confesso que eu andava com "ela" "atravessada"... "Ela" é a estrada (ou uma coisa parecida com isso...) que liga o topo norte da pista do aeroporto de Baucau e a zona conhecida como "Carabela", entre Vemasse e Baucau, mas pela montanha e a praia!


Da primeira vez que lhe fui "sentir o pulso" entrei pelo topo mais ocidental da estrada, perto da "área de serviço" de Carabela, junto de uma capela que ali está e que foi recuperada há pouco tempo.


Dessa vez aventurei-me apenas cerca de 2-3 kms no estradão, largo e com um piso, não alcatroado, relativamente bom, que corre ao longo da praia, infelizmente muito suja.






Não tendo achado a paisagem particularmente interessante --- afinal a costa é toda mais ou menos igual nesta zona... ---, decidi voltar para trás e retomar a estrada nacional Baucau-Dili.

Numa segunda vez ainda "cheirei" o topo contrário da estrada mas não tinha muito tempo e por isso decidi não me meter nela e voltei para trás, a caminho de Dili.

Desta vez saí de Baucau com tempo --- saí cerca das 14h30m e tinha um compromisso em Dili apenas às 19h30m --- e como o tempo estava bom, com céu quase limpo, decidi que estava na hora de meter pernas --- na verdade as rodas do "Jaquim"... ;) --- a caminho.
Na véspera já tinha visto o princípio da estrada e concluíra que ela estava em muito bom estado, ainda que não alcatroada. Fui lá para fotografar o pôr do sol. E valeu a pena.
Que espectáculo! É, não é?!...



No dia seguinte "fui-me" a ela! Com um cartaz logo no início que embora não sendo para mim fiz de conta que era, lá fui eu...




A estrada, como se vê, está muito aceitável, principamente se confrontada com a sua semelhante que na foto do mapa se vê a partir para a direita, em direcção ao antigo hospital português de Baucau e a conhecida Pousada da cidade. Um martírio para as molas do "Jaquim" e... para os meus rins...

No percurso apareceram aqui e ali algumas queimadas, uma mania bem timorense, particularmente nesta altura do ano.


E depois de uma curva começaram a aparecer as paisagens de "ver e chorar por mais".




A certa altura a paisagem altera-se: aparecem várias rochas que servem de "vaso" para alguns arbustos, rochas que parece terem sido ali "plantadas". O seu aspecto é característico, provavelmente fruto da erosão eólica, mas lá que fazem pensar em "pedra pomes" gigantes, lá isso fazem... Como apareceram ali? A palavra aos geólogos...



A certa altura do percurso, em Osso-ua/Tirilolo, dá-se com uma placa indicando a existência de uma cooperativa de mulheres produtoras de banana frita, farinha de mandioca e batata doce frita.



E aqui e ali aparecem casas tradicionais com potentes antenas parabólicas para televisão à porta.


Até que se chega ao nível do mar (partimos de cerca de 500 mts de altitude, por bocados de estrada por vezes MUITOOOOO inclinados...).


Mais adainte damos com uma pequena lagoa que deu aso à criação de um microcosmos lindíssimo.


Entretanto a estrada muda de "cara" e fica, por vezes, difícil de percorrer. Até chegarmos à foz de uma ribeira que "engoliu" a estrada e temos de passar por dentro dela, a vau. Mais uma aventura para mim e para o excitadíssimo "Jaquim"... Para a passarmos tivemos uma ajuda preciosa: uma moça timorense que nos pediu boleia para Vemasse.




(à direita a minha co-piloto para atravessar a lagoa...)

E "prontes"! Depois de mais uns quilómetros ao longo da praia, chegámos a Carabela e, mais à frente, a Vemasse, onde "alijei carga" --- isto é, me despedi da minha "pendura"! Depois foi, sem problemas, o resto do caminho até Dili.