O que fazer sem ser o que os outros "todos" fizeram e que foi ir para Bali? Dar umas "curvas" (literalmente...) por aí.
Ontem, sexta-feira, foi dia de ir até ao "Vô" Serra, que não visitava há cerca de um mês.
Chegado a casa do "Vô" estivemos na conversa mais de uma hora e vi a sua nova "aquisição": a planta de baunilha, uma trepadeira, está com flores e vagens. Ele explicou-me que quando as flores aparecem e não havendo bicharocos que façam a polinização, o homem tem de intervir... O que me fez lembrar a velha definição de um aluno que disse que "na inseminação artificial o veterinário substitui o boi"... :-) De facto, a fecundação das flores é feita pelo homem, aplicando uma técnica primária mas eficaz: espetar um pau na flor!
A verdade é que a planta está cheia de vagens que mais tarde, depois de secas, dariam bom rendimento se vendidas. E dão o cheiro agradável bem nosso conhecido.
E chegou a hora da partida. Descendo a montanha, vi uma família de timorenses (casal e 5 filhos!...) a quem acabei por dar boleia pois calculei que fossem para Maubara e ainda estavamos a uma boa distância. Além disso a senhora levava pendurada nas costas mas presa com a alça na testa, uma enorme cesta cheia de bananas! A pé levariam, provavelmente, mais de uma hora a descer a montanha. Lá entraram todos no carro e vieram comigo.
Afinal nem era para Maubara que íam mas sim para uns 5 kms mais adiante. Ficaram a bendizer o malae, certamente... :-)
A caminho de Dili, talvez a meio caminho entre Maubara e Liquiçá, dei com algo que sabia existir mas nunca tinha visto: uvas! Infelizmente eram um bocado amargas porque não tem estado sol suficiente e a chuva em excesso que tem caído também contribui para o resultado.
Mesmo assim estava disposto a comprar um kilo (2 dólares; cerca de 1,4 euros) mas nem eu nem o vendedor tínhamos trocado! Paciência!
Já depois de Liquiçá, uma das pontes da região foi abaixo e estão a construir uma nova. Já está feita toda a "teia de aranha" de sustentação da ponte para o enchimento da mesma.
Por fim, de regresso a Dili, não sem antes ter de passar pelas curvas que separam Tibar da capital, zona "povoada" de rochas na estrada devido aos deslizamentos de terras que têm acontecido na região devido à abundância e intensidade das chuvas nesta época.
E eis-nos chegados ao "sábado de aleluia"! Hoje de manhã, aproveitando uma nesga de sol, fui dar uma volta e descobri duas "novidades" quase frente à Casa Europa, a antiga "Intendência": um relógio urbano ainda em montagem e uma cena que já tinha presenciado noutra ocasião: a descarga de peixe vindo de Ataúro para abastecer a cidade.
O curioso do relógio, oferecido por uma empresa à cidade, é que a marca do mesmo, pouco vulgar, é o nome de uma grande amiga minha que vim conhecer em Timor Leste e que muito admiro pelo seu trabalho à frente de um projecto de produção de materiais de apoio ao ensino usados em todo o país. Claro que me "armei em bom " e enviei logo uma mensagem para ela dizendo que tudo tinha sido feito graças às minhas influências e para a homenagear!... LOL ! Mentirinha boba... :-)
Quanto à cena da descarga do peixe, aí ficam algumas fotos legendadas e que contam a "história" toda...
O peixe vem de Ataúro em "corcoras"...
... de onde é transferido para os beiros que o leva a terra...
... onde é amontoado antes de ser disposto nas "cordas" que serão
penduradas nos varapaus de transporte
aos ombros dos vendedores
Amanhã é outro dia...