sábado, 7 de setembro de 2013

Feriado! ´bora para a montanha?!...

Cá para mim é assim: fim de semana ou feriado ou super-fim-de-semana com aqueles dois juntos é tempo de dar um salto até à montanha porque Dili fica, por vezes, algo concentraccionário...

O passado dia 30 de Agosto foi feriado em Timor Leste para comemorar a realização do referendo do mesmo dia de 1999 em que os Timorenses declararam inequivocamente ao Mundo que queriam seguir livre e independentes a caminho do seu futuro.

Para esse dia escolhi fazer um percurso que já tinha debaixo de olho há algum tempo, desde que, em visita de trabalho a Lacló, me disseram que poderia vir directamente dali a Metinaro (e depois Dili) sem ter de voltar a Manatuto e subir e descer o "subão".

Há algum tempo tinha andado a "cheretar" o Google Earth e fiquei com a ideia de que a entrada para essa estrada na zona de Metinaro ficava, no sentido Dili-Manatuto, depois do "cemitério dos heróis" e do próprio quartel de Metinaro.

Com pressa de voltar à estrada, nem fui confirmar e meti-me a caminho. Claro que fiz asneira... Na região andei a "passo de caracol" e... nadica de nada! Até que me convenci mesmo de que tinha passado pelo buraco da agulha sem o ver e decidi continuar até Manatuto e fazer a referida estrada Manaturo-Lacló-Metinaro no sentido nascente-poente em vez de no sentido Metinaro-Lacló-Manatuto. E assim fiz...
Um pouco antes da curva que dá acesso a esta última cidade lá estava uma das "minhas" árvores à minha espera.


Feita a curva para a direita que leva à entrada na zona que conduz a Manatuto, deparamo-nos, à direita, com um pequeno monumento que assinala a entrada da estrada para Lacló. Enfiámos por aí e iniciámos o nosso percurso para um pouco depois nos depararmos com uma das melhores paisagens da região: a ribeira de Lacló e o seu fio de água caminhando em direcção à ribeira de Manatuto (de que é afluente da margem esquerda) e do mar.


Depois foi o passar por várias povoações até se chegar a um local, perto da sede do suco Uma Laruk, onde há que optar entre dois caminhos: ou subir a estrada até Lacló ou continuar em frente mas sobre a esquerda e continuar ao longo da estrada que bordeja a ribeira de Lacló e passa por detrás do "subão".
 




Na época da cultura do arroz, em Maio-Junho ou antes, vê-se muita gente tratando dos arrozais nas margens da ribeira e que aproveitam a água desta. Nesta altura do ano, fins de Agosto, desenvolvem-se outras actividades, nomeadamente construção e reparação de casas antes que a época das chuvas, dentro de 1-2 meses, torne mais difíceis estas actividades.



 Nota-se igualmente alguma actividade de construção de pequenos edifícios públicos, geralmente sedes de sucos, inseridos num programa de emprego rural.


Chama também a atenção, tal como já tinha chamado aquando da nossa passagem por aqui há uns meses atrás, o estado impecável da principal igreja da região...


... bem como o nome "very peculiar" de uma capela que nos tinha escapado anteriormente.


Quando se toma a estrada que em vez de subir para Lacló segue ao longo da ribeira, dá-se ---- pelo menos dei... --- com várias pequenas manadas de búfalos.
Um deles, armado em "carapau de corrida", desatou a correr e a certa altura desviou o percurso em direcção a mim e ao "Jaquim". Com um "Jaquim" vermelho e eu com pouco treino para pegas de caras, achei aconselhável meter-me no dito "Jaquim" e "dar às de vila Diogo" para que este não se ferisse ou ficasse arranhado. Tadinho!...


 

Pouco mais adiante começamos a meter-nos mais para o interior, abandonando as margens da Ribeira Lacló e passando, durante algum tempo, a rolar por uma estrada sempre razoável nesta época do ano mas que deve ser um lamaçal enorme dentro de poucos meses, que rola ao longo de um afluente da ribeira até que começa a afastar-se dela para subir a montanha até ao ponto em que se começa a descer para Metinaro.



- "Tiu! Dalan ba Metinaro? Dalan diak?"
- "Blá, blá, blá." [Na percebi patavina...]
- "Ok!, Tiu! Obrigadu barak!..."

 
O caminho estrada acima chega a ser relativamente íngreme mas, para o "Jaquim", foi canja...
 
E finalmente chega-se ao cimo, onde nos deparamos com uma bifurcação da estrada: um "ramo" continua a subir (onde irá ter? Ao Remexio?!.. Vamos lá ver, "Jaquim"?!...) e o outro desce em direcção a Metinaro e ao mar.
 
A estrada está a ser arranjada e faz-se bem.
Até que se chega à (longa) recta final que "desagua" na estrada principal, a A1 (Rssss)Dili-Baucau a cerca de 2 kms do quartel de Metinaro (antes dele, para quem segue de Dili para nascente).
   


Chegado aqui, foi só o tempo de sair do carro e dar uma pequena caminhada para desentorpecer as pernas e... Dili, lá vamos nós!