sexta-feira, 2 de maio de 2014

Uma volta forçada a Baucau...

Pois é... Assim como há dias de sorte também há dias em que mais vale não sair de casa, como sói dizer-se. Foi o que me aconteceu nos últimos dois fins de semana. E a "vítima" foi o meu "Jaquim", que deu baixa ao "hospital" atacado de "doença grave"... E tudo porque, habituado a quem lhe desse de "beber", esqueci-me de o fazer tempo de mais... Uma desgraça... :(
Mas o que vale é que "entre mortos e feridos" escapei eu --- apesar ter caído num buraco e ficado com um "furo" na "roda pedaleira" (esquerda) e de ter ficado sem os "ólicos"... Não me fazem muita falta mas como eram de lentes que escureciam eram bons para estes dias de grande intensidade luminosa.

Enfim, basta de lamúrias e vamos ao que interessa.
Antes de o "Jaquim" ter dado "baixa" deu para explorar uma zona que não conhecia e outra já bem conhecida e visitada.

Já várias vezes tinha reparado que depois do "Paço Episcopal" de Baucau e em cima da curva suave que dá depois acesso à "Vila Nova" e para sul (Venilale, etc), começava uma estrada por mim nunca explorada. "Bisbilhoteiro" decidi entrar nela e fui andando, andando... até ir parar à estrada "nacional" que liga Baucau a Laga e depois à ponta leste da ilha. A estrada está assinalada na imagem abaixo.

 
Um pouco à frente do início da estrada começa-se a ver o seu grande interesse já que permite ter uma vista deslumbrante sobre os "Matebian".
 
 

Um "contra" grande para o fotógrafo: malvados cabos eléctricos que acompanham quase toda a  estrada e sua voltas e voltinhas...
Mais adiante damos com uma vista deslumbrante sobre a parte da costa norte perto da baixa do Seiçal e de Laga mas a vista dá para descortinar, lá ao longe, a ponta leste da ilha.

 
Uma vez entrados na estrada "nacional" --- brincadeirinha! aquilo não é uma "estrada"! É uma sucessão sucessiva de buracos que se sucedem sucessivamente... :) --- começamos a descer para a baixa do Seiçal e a ver ao longe a vista magnífica E SEM CABOS ELÉCTRICOS (!) dos Matebian e seus arredores. Espectáculo... Mas como de costume, as nuvens já começavam a esconder os cumes, como (quase) sempre acontece a partir do meio da manhã. Por isso aconselho a levantar cedo e... pé na estrada!
 

 
Nessa zona começa logo a ver-se um dos melhores espectáculos de Timor Leste: os arrozais verdinhos verdinhos... É, provavelmente, a melhor época para cirandar pelo país e para o visitar. Um país verde, ao contrário do período depois de Agosto, em que a seca deixa o país todo castanho.
 
 
Como era sábado era dia de mercado no Seiçal. E lá estavam as pessoas a caminhar pelo lado errado da estrada (o do mesmo sentido do transito) e sentadas na borda da estrada.
 

 
O curioso é que se os humanos não sabem andar na estrada as ovelhas parece saberem que têm de a atravessar na perpendicular... E lá vão elas.
 
Para quando uma campanha nas escolas e na TV a ensinar os peões a andarem correctamente na estrada, de caras para o transito? "Ver e ser visto", deve ser o lema!
 
Continuando, atravessa-se uma das pontes portuguesas que ainda está de pé, magrinha, toda elegante:
 


 
E assim chegamos a Laga. Passada a igreja, seguimos em direcção a leste até chegar à bifurcação que nos leva, para leste, a Lautém e Tutuala e Jaco e, para a direita e para sul, à costa sul depois de passarmos Baguia.
Mas o meu objectivo era menos ambicioso e resumia-se a revisitar um ponto de onde vêm os campos de arroz ao longo da ribeira de Laga e os próprios Matebian.
 


 

E estava na altura de voltar para "casa", na ocasião e como de costume a Pousada de Baucau.



 
C'est fini...