quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Timor Leste no FaceBook (FB)

Há algum tempo inscrevi-me no FaceBook e foi a partir de então e de um jantar de antigos residentes em Timor no início de Outubro passado que comecei a ter mais contacto com um manancial significativo de informações e de fotos sobre o "antigamente" naquela "ex-"província ultramarina".
Numa das última 'entradas' foram apresentadas fotos de uma cerimónia pública, em 1975, onde foram utilizadas as duas bandeiras já referidas na minha 'entrada' anterior.

Na mesma parada foi visto este timorense fardado com a farda de coronel de milícias ('moradores' ou 'de 2ª linha') que consta da foto mais abaixo.
Fotos de Vítor Murteira


Foto de Rui Fonseca no interior de uma 'uma lulic'

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Uma "estória" que não resisti a "piratear"...

Um amigo meu, o Rui Fonseca, é um dos portugueses que conhece melhor Timor Leste por o ter percorrido de lés-a-lés por várias vezes: primeiro, durante a administração portuguesa por aí ter feito o serviço militar; segundo, já depois da libertação do país do colonialismo indonésio.

Quando prestou serviço na nossa embaixada em Dili, desde 1999 até 2002, aconteceram-lhe algumas "estórias". Esta é uma delas tal como relatada no seu livro sobre "Monumentos portugueses em Timor-Leste" e que ele próprio reproduziu no Facebook --- de onde a "pirateação" foi efectuada com a devida "chapelada" ao autor:

"Excerto do livro "Monumentos Portugueses em Timor-Leste" [da autoria de Rui Fonseca]

Carta recebida pelo adido militar na Embaixada de Portugal em Díli, Cor. C.A. (o português foi ligeiramente corrigido para melhor inteligibilidade do texto )

"EX. EXCELENCIA SENHOR CHEFE DE ACAIT QUE ESTÁ EM DILI TIMOR LESTE ... Ver mais
1. O meu Pai, Marcelino Babo, foi Soldado de Segunda Linha no Ano de 1973 até 1975, ou seja, trabalhou cerca de 3 anos como Soldado de Segunda Linha.
2. O meu Pai Marcelino Babo, em 1975, recebeu ordem de Estado Português no Posto de Lete-Foho para fazer Segurança na Fronteira em Maliana, no Quartel Segunda Linha de Tunu-Bibi.
3. Numa manhã cedinho, mais ou menos às 5 horas, eles fizeram patrulha na Fronteira. De repente apareceram os Tropas da Indonésia de arma na mão. Dali eles voltaram para quartel, arrumaram as coisas deles e fugiram, cada qual seguindo o seu rumo, menos o meu Pai Marcelino Babo que não fugiu ainda, por razão de a Bandeira Nacionalidade Portuguesa ainda esta no ar. Dali ele desceu a Bandeira Nacionalidade Portuguesa, embrulhou muito bem e fugiu para Posto Lete-Foho, e seguiu para casa onde ele morava.
4. Em 1978 Os Tropas da Indonésia foram a nossa casa, a fazer inquérito ao meu Pai Marcelino Babo, sobre a sua arma bem como a, negou que tanto a arma como a Bandeira de Nacionalidade Portuguesa, não estava na mão dele. Por isso os Tropas de Indonésia ficaram furiosos e deram pancadas, coronhadas com arma até meu Pai Marcelino Babo ficar aleijado. O meu Pai Marcelino Babo, entregou então a arma para as Tropas da Indonésia, menos a Bandeira Nacionalidade Portuguesa é que ele não entrega. Com o sofrimento provocado pela agressão, ele veio a morrer no ano de 1982.

5. Antes de o meu Pai Marcelino Babo morrer, o meu Pai ainda me chamou e como eu sou a filha mais velha, o velhote disse para mim: "que essa Bandeira de Nacionalidade Portuguesa, e você como minha filha mais velha, você tem de guardar muito bem, e um dia mais tarde, quando chegar o Dono dessa Bandeira , você tem de entregar outra vez ao Dono. Porque eu sei muito bem que o Dono dessa Bandeira, cedo ou tarde há-de chegar, há-de voltar".

...E a bandeira nacional foi entregue na Embaixada de Portugal, pela filha do Marcelino Babo que não quis que a mesma fosse apoderada pelos invasores. Durante esse tempo, ficou escondida em vários locais, servindo de travesseira, colchão ou mesmo enterrada: - O pedido foi cumprido! Exemplos destes felizmente para os Portugueses e Timorenses não foram únicos. Em muitas casas lulics ainda se encontram bandeiras e artefactos dos Maiores de ambos os povos, que um dia, numa prova de confiança, foram entregues aos Timorenses, pela sua proximidade, dedicação e respeito às gentes lusitanas, representadas num símbolo que entenderam sempre como um elemento de coesão nacional. Foi assim o Timor Português. "

Escusado será dizer que fiquei com a lagriminha no canto do olho...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

7 de Dezembro de 1975

Esta 'entrada' é de um tipo diferente das habituais mas creio que hoje, dia em que se completam 34 anos sobre a invasão indonésia de Timor Leste (7 de Dezembro de 1975), se justifica deixar aqui uma palavra de homenagem aos que lutaram pela independência do país.
Não há muitas palavras a dizer senão recordar a célebre frase de Salazar (brrrr!...) dita num contexto bem diferente de que "só devemos chorar os mortos se os vivos os não merecerem".

Vejam aqui a página on-line do Arquivo e Museu da Resistência Timorense e aqui fotos da resistência armada.


sábado, 28 de novembro de 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Eles e a água...

Há lá coisa de que uma criança mais goste do que chapinhar e brincar na água do mar?!...
A alegria que transmitem faz-nos também sorrir e sentir tão felizes quanto elas. Comigo, pelo menos, é assim e adoro tirar fotografias a crianças brincando na água. Os rostos molhados dão um brilho especial à fotografia e conseguem transmitir a sensação de frescura que por vezes precisamos de sentir.

Talvez a minha foto que mais circule na net (inteira ou 'cropada') seja a de um grupo de crianças fotografadas na praia de Bidau- Santana, em Dili. Depois de lhes tirar umas quantas fotos com eles na água não resistiram ao apelo de verem um malai com uma máquina fotográfica na mão e vieram a correr para perto de mim fazendo macacadas e pedindo que eu tirasse mais fotografias. Juntou-se a fome com a vontade de comer... Click, click, click! Já cá cantam mais umas quantas, nomeadamente esta em que o miúdo da esquerda é o espelho da felicidade e do sorriso (timorense) à vida.


Outra vez apanhei o miúdo abaixo na mesma praia. Cara bonita, a expressão dele não o é menos.


Na Praia dos Coqueiros dei, certo dia, com uma miúda um pouco mais crescida --- cerca de 12 anos --- brincando na água com a sua irmã --- gaiata de uns 4 anos. A expressão que fez deu esta fotografia, de que também gosto muito.


Ainda na Praia dos Coqueiros e aproveitando os pontões que lá existem como terminais das valas de drenagem da cidade, vi uma vez um grupo de rapazes brincando e dando saltos mais ou menos acrobáticos para a água. "Mortal e meio para a frente!". "Apanhei-te!..."


Saltando para a água estava também um grupo de moços na estrada que vai para a praia de Metiaut, que se vê ao fundo na foto abaixo. Encostavam-se à montanha e depois atravessavam a estrada a correr e... zás! Água com eles! O mais rápido já está dentro de água e o cachão que se vê é dele.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

12 de Novembro de 1991: foi aqui!

Foi aqui que começou o "arranque" final para a independência de Timor Leste. Honra aos mortos e aos vivos!



Entrada do Cemitério de Santa Cruz, em Dili.
O silêncio substituiu os gritos de dor!

Honra também ao homem que tudo filmou e conseguiu fazer com que o mundo tomasse conhecimento do que se estava a passar em Timor. Nesta data é bom dizer-lhe também "Obrigado, Max!"

Max Stahl e a sua inseparável câmara de filmar


sábado, 7 de novembro de 2009

Volta a Timor Leste em Bicicleta

Por ocasião das comemorações do 10º aniversário do Referendo em Timor Leste foi organizada, com o apoio de várias entidades (em particular a TT-Timor Telecom), a primeira volta em bicicleta a Timor Leste. Quer dizer... a uma parte dele...
De facto a volta começou em Dili e daí seguiu para Baucau. Depois foi a vez de rumar à costa sul, tendo depois inflectido para poente e subido de novo para Dili.
Aqui ficam alguns momentos do dia da partida, frente ao "Palácio do Governo".

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Uma saltada a Lospalos com paragem em Manatuto e onde mais se verá...

De Dili a Lospalos não é propriamente um passo... Por isso seleccionámos apenas uma ou outra foto do caminho, daquelas que normalmente não se vêm.
É o caso, quase no início da viagem, de Manatuto, da sua estátua de Santo António e da paisagem de dela se admira. Colocada num morro sobranceiro à cidade, como que abençoando-a, a estátua tem algum interesse e a paisagem que de lá se avista vale a pena ser vista.
Para poente, o perfil imponente do "subão" e para nascente a planície e os arrozais que cercam a cidade bem como a costa da ilha.

Para poente, o "subão"...
... e para nascente a planície de Manatuto

Bem mais para diante, já depois de passada Baucau, deparamo-nos com esta paisagem maravilhosa --- quando a época e o tempo o permitem...: as montanhas sagradas do Matebian Mane e do Matebian Feto reflectidas nas águas dos arrozais da região, a caminho de Laga.

Depois de mais e mais quilómetros, chegamos a Lospalos. O melhor é "pousarmos" por ali mesmo e o local mais indicado talvez seja o Hotel Roberto Carlos. Conforto q.b.. Mas nem mais um milímetro... Naquele "fim do mundo" não é nada mau...
Sádabo é dia de mercado. Pois então acordemos (cedo!), matabichemos e... mercademos!
Uma ida ao mercado é sempre, em qualquer regiáo deste tipo, um programa e tantos, tal a animação que normalmente se nota. E é uma forma de "apalparmos" a vida económica e social da região.
Com os produtos muito arrumados nos usuais montinhos, as vendedeiras --- são quase sempre "elas" que dominam o negócio... --- procuram vender o que levaram. Mas elas estão lá também para se distrairem e se não venderem tudo rapidamente não se preocupam...
No meio da azáfama sempre aparece quem vá mais para ver e ser visto do que para fazer negócio. Este começa cedo a aprendizagem de como levar o galo (lindo!...) a passear e "ver as modas"...
Tal como há os que vão para declarar a sua admiração por alguém...

sábado, 17 de outubro de 2009

Sugestões para um calendário de 2010...

Há cerca de dois meses uma amiga minha timorense pediu-me algumas fotos que pudessem figurar num calendário para beneficência que projectava organizar. Aqui vão algumas das sugestões que lhe dei...
Aceitam-se sugestões para os meses... :-)






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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Atenção srs. passageiros: à vossa direita parte da costa norte de Timor Leste!

Resolvemos fazer uma brincadeirinha e colocar as fotos tiradas de dentro do avião no voo Bali/Denpasar - Dili juntamente com as imagens aproximadas correspondentes obtidas a partir do Google Earth. Notem que no canto inferior esquerdo destas figuram as coordenadas aproximadas do local.

Maubara et ses environs...


A lagoa de Maubara, perto desta localidade


A ribeira mais ocidental das (3) ribeiras de Likisa


As outras duas ribeiras de Likisa


Aipelo (e as ruínas da sua cadeia) e Bazartete


Baía de Tibar


Dili: Tasitolu

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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

"Reviver Timor em Lisboa"

Um grupo de ex-residentes em Timor (português) resolveu organizar um jantar de confraternização para reunir pessoas que, algumas delas, não se viam há algumas décadas.
O "bichinho" da curiosidade e do contacto com pessoas que têm "histórias de vida" ligadas a Timor fez-me fazer o que não é usual em mim: fazer-me convidar... Mais um pouco e era um autêntico e legítimo "penetra"... :-)

Foi uma noite muito agradável, em que conheci pessoalmente algumas pessoas que contactava apenas pela internet, nomeadamente os dois "famosos fotógrafos" Francisco Nascimento e Vítor Murteira, de quem apresentei aqui já varias fotos "do antigamente".
Ficam abaixo umas quantas fotos do acontecimento.

Duas das organizadoras: Celice Brogueira e Maria Parreira


Casal Jaime e Eugénia Pedruco

Nem faltou o contacto (emocionado) via internet
com quem não conseguiu estar presente


Uma das mesas do jantar (cerca de 120 pessoas)

Sempre, sempre, com as máquinas na mão: Vítor Murteira e Francisco Nascimento (obrigado pelas fotos maravilhosas do Timor de há algumas décadas)


Apanhado!... O fotógrafo 'doublé' de papparazzi apanhado pela Embaixadora Natália Carrascalão

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