quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Por caminhos nunca dantes navegados.....

Esta volta, iniciada, mais uma vez, em Baucau e na sua Pousada, levou-me a "meter o nariz" numa estrada que pouco depois da saída de Baucau para sul, em direção a Venilale, entronca nesta mesma estrada. 
Já várias vezes (muiiiitaaaas...) tinha passado por ali e sempre me perguntara onde levaria... Em vez de perguntar, desta vez meti-me por ela... Aqui está o resultado.
A estrada leva às margens da "mota" (ribeira) do Seiçal e uma vez ali chegado inverti a marcha e voltei pelo mesmo caminho. Mas a estrada, vi depois no Google Earth, continua e vai reencontrar a estrada Baucau-Venilale um pouco mais adiante.

Aqui ficam algumas das imagens recolhidas.

Percurso da viagem: da estrada principal às margens da ribeira de Seiçal

Casa típica da região: a pedra sempre presente

Matebian Feto/Mulher (à esquerda) e Mane/Homem (à direita)

Casa típica

Um sorriso timorense carregando água...

Casa típica: a pedra sempre presente


Ribeira de Seiçal


Casa sagrada


Ponto de inversão da marcha

Quantas histórias contam estas rugas?!...


Ribeira de Seiçal no ponto mais baixo da viagem (cerca de 40m de altitude)


Projeto de Segurança Alimentar, com o apoio da Cooperação Espanhola e da FAO

O céu já está a arder?!...

Sempre um sorriso que vem da alma...


As mulheres, as grandes obreiras deste país... 

domingo, 6 de novembro de 2016

Baucau-Laga em dia de "finados"...

O projeto era fotografar vários cemitérios no dia de "Finados" antes e depois da visita dos familiares às campas dos seus entes queridos.
Lembrei-me de dois cemitérios a fotografar: um à saída de Baucau para o Seçal e outro no próprio Seiçal. Mas como tinha tempo acabei indo até Laga. Aqui estão as fotos... sem texto; só legendas

Trampolim da piscina da Pousada de Baucau

Os dois "Matebean", "feto" e "mane"

Rebanho de "bibi malai" (borregos) na baixa do Seiçal

Cemitério do Seiçal: ainda limpinho, limpinho. Nas vésperas do
"Dia de Finados" limpam-se as campas e os terrenos em volta

Ponte do Seiçal. A modernização da estrada Baucau-Lautém
deve te-la condenado. Esta e a de Laleia, sua gémea "portuguesa"

Arrozal (seco) nos arredores de Laga

Laga: bifurcação da estrada. Siga as setas...

Terreiro frente à Igreja de Laga

Frontespício da Igreja de Laga com identificação do orago

Praia de Laga. Uma novidade para mim...

Abençoadas sois vós entre as mulheres, mulheres timorenses. "Pau para toda a obra"!...

Baía de Laga

Baía de Laga

Baía de Laga

"Uf! uma sombra!..."

Cemitério de Baucau a caminho do  Seiçal: antes

A caminho do cemitério com os cestos de flores

O Cemitério de Baucau, na hora da deposição das flores aos "finados": depois

Uma visita que ia sendo mas não foi... :)

Andava com ela "fisgada" há algum tempo mas, não sei porque carga de água, nunca me tinha aventurado por aquele caminho...

Esclarecendo: já tinha ouvido falar na existência de uma ribeira de águas esverdeadas muito claras lá para os lados de Venilale. Convencido que a estrada estava "la kapaz" e sem certeza de que ela era o caminho para lá chegar, nunca me aventurei a ir em demanda da ribeira...

Há tempos tive a oportunidade de falar sobre o assunto com um amigo meu timorense, guia turístico em Timor Leste. Foi ele que me esclareceu dizendo que a estrada correta começava imediatamente à direita da Igreja de Venilale e que, embora ""difícil", não era "impossível"... E foi assim que na tarde de terça-feira "de Todos os Santos" me meti à estrada em busca da "ribeira" (mota, em tetum) "perdida".

A primeira parte do percurso, entre Baucau e Venilale, não tem história. Paragem curta em casa da Nafreana, em Bercoli, para cumprimentar os pais e a dita cuja ("Nafreana toba!") e passagem pelas "grutas japonesas", lá fomos a caminho de Venilale em procura do ponto de início da estrada que queríamos percorrer.



Entrada em Venilale com a antiga tranqueira à direita, seguindo-se-lhe o mercado "português e, mais adiante, a reconstruída casa do administrador do posto --- alô, Luís Pité!... --- agora posto administrativo.





Ao fundo da rua a antiga "Escola do Reino de Venilale", uma das cinco construídas depois da Segunda Guerra e a única que, graças a obras financiadas pela fábrica de relógios Swatch há crca de uma dúzia de anos, está em condições e a ser utilizada. Infelizmente a falta de pintura de conservação deixou-a num estado de degradação da pintura que lhe dá um aspecto muito feio! Uma pintura nova, precisa-se! URGENTE!



"Entaladas" entre esta escola e a Igreja de Venilale, uma "sesgada" à escola, e outra encostada à Igreja, em direção a nascente, há duas estradas. É esta estrada que tivemos de tomar para ir à procura do que localmente chamam "fonte natureza", uma ribeira que a dado passo forma quase pequenas lagoas.


Confesso que fiquei espantado com a beleza da estrada que se me deparou mas, ainda no início da época das chuvas, o terreno está ainda bastante seco. Mas deu para imaginar que lá para Abril-Maio do próximo ano, com os terrenos plantados de arroz, deve ser uma paisagem de tirar o fôlego, com arrozais um pouco por todo o lado e com pedaços de montanha (contrafortes dos Matebean?) à vista. Desde já fica prometido o regresso nessa época --- se ainda andar por cá... ;)


A certa altura do caminho dei com uma bifuração na estrada: a da esquerda subia e a da direita descia... Na dúvida pus a "caixa de pirolitos" a funcionar e deduzi que deveria tomar a da direita. Pois se ia à procura de uma ribeira, ele deveria estar lá mais para baixo... Tem esperto no escabeça...
E se bem o pensei, melhor o fiz...
A estrada está "escapatória", embora num ou noutro local francamente "mázinha", deixando adivinhar alguma dificuldade na subida de regresso...

A certa altura dei com um casal de motorizada e pedi para pararem para me certificar do caminho e confirmar que por ali havia uma "mota" (ribeira). Nitidamente feliz por falar com um malae português e poder exibir os seus conhecimentos da língua, lá me foi dizendo que aquele era, de facto, o caminho correcto para a "fonte natureza" mas que do local onde estávamos até lá ainda demoraria uma meia hora de "kareta" e mais um quarto de hora a pé.
Pressionado por ter um compromisso em Baucau, acabei por decidir voltar para trás dizendo como o MacCarthur quando deixou as Filipinas fugindo dos janponeses na Segunda Guerra Mundial: "Voltarei!...". E não é que voltou mesmo?!... Só quando procurei no Google Earth o caminho por onde tinha andado é que descobri que tinha voltado para trás apenas a cerca de 1,5km do destino (a amarelo no mapa acima) :( .




Limpinho, limpinho, como tinha pevisto na descida, tive problemas a dado passo do regresso num local em que a condição da estrada é particularmente má, cheia de areia e pedras soltas que dificultaram a vida ao "Jaquim"... 
Tive de lhe dar um "cheirinho" das 4X4 para o ajudar a subir... E, claro, subiu mesmo depois de umas hesitações... "Anda lá, "Jaquim"!...". E foi-se a ela. Vitoriosamente, como é seu hábito...


O regresso a Baucau não teve mais história... A não ser que me atrasei mesmo para o compromisso e tive de o adiar para o dia seguinte. :( Mas valeu a pena. Apesar de ter resultado numa visita que era para ser mas não foi... ;)


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Consegui!... Finalmente! Uma visita a Laclubar...

Já tinha feito duas tentativas anteriores para visitar Laclubar. Da primeira vez, há muitos anos, com um casal amigo. Desatou a chover e resolvemos voltar para trás quando já viamos ao longe as conhecidas torres da igreja local. Não valia a pena ir com tanta chuva...

A segunda vez foi há uns 4-5 anos. Aí foi pior ainda: pouco depois de Cribas vi-me envolto nas nuvens e mal se via a estrada. O que, para o caso, era perigoso. Toca a bater em retirada....

Desta vez adotei uma estratégia à partida "ganhadora" ;) : conhecedor das espertezas do clima no local e, em geral, nas regiões de montanha do país, decidi que tinha de lá chegar antes das 10h da manhã... Daí ter saído de Dili pouco depois das 6 horas da manhã, hora imprópria para "cristões", Sózinho "mai lo meu" "Jaquim", como de costume (quase sempre...).

A viagem não tem nenhuma história especial que valha a pena recordar aqui por escrito...
Por isso ficam só fotos com legendas. 

Começaram as obras de alargamento da estrada marginal para Hera. 
Aqui o início da descida até chegar à entrada do "estradão" para a "Praia dos Portugueses"

"Praia do dólar" com a maré vazia... La gosta... ;)

"Subãozinho", a seguir a Behau e sua "área de serviço" de comes e bebes...;)

No alto do "Subão" um aviso de que é PROIVIDO... atear e fazer lume

Já na estrada que sai de Manatuto para Laclubar, 
um projeto de melhoria de abastecimento de água

Já o sabia e agora confirmei que a estrada de Manatuto para a costa sul, 
nomeadamente para Natarbora e sua importante zona de produção agrícola,
estava ser recuperada. Pois está... ;) Aqui já alargada e quase pronta a receber o tapete de alcatrão

Um dos aspetos que mais me chamou a atenção foi o dos muros de sustentação de terras: 
grossos, fortes, visivelmente capazes de desempenhar a sua função. 
com a inclinação correta, ao contrário dos existentes na estrada Tibar-Maubara, por exemplo, 
em que há uns muros "lingrinhas" e quase todos com a inclinação errada, 
com a parte inclinada no lado da montanha. Se sabem fazer bem porque não fazem TODOS bem?
Onde está a fiscalização por parte do Estado?

Maravilha... Um tapete preto à espera do "Jaquim"... E ele aroveitou, pois então...

Passagem por Cribas, a única povoação relevante até chegar a Laclubar

E de repente... As montanhas escarpadas da região e a costa sul ao fundo

"Flecha" de bifurcação da estrada para Natarbora e, em frente, para Laclubar

Pequena povoação com casas "típicas" pouco depois de passada a bifurcação da estrada 

Mais uma povoação no caminho para Laclubar, esta já "grandinha".
Não vi nada que a identificasse...

O pior momento da viagem: ver estes olhos tristes, tristes, tristes...

Laclubar ao longe, com as torres da igreja sobresaindo do casario

Entrada de Laclubar: uma estrada mázinha, própria para kudas...


Todos os caminhos são bons para chegar ao mercado

A caminho do mercado: as mulheres, sempre as mulheres.
E as crianças! E uma "avó" rija que nem respondeu aos apelos de "sae foto!..."
Prá frente é que é caminho!

Objetivo alcançado! A Igreja de Laclubar! Com as nuvens já a avisar...

Interior da igreja durante a missa das 9h (Domingo)

Centro de saúde São João de Deus
Graças à generosidade dos padres, dá para pernoitar

Coordenadas do Centro de Saúde, aproximadamente as mesmas da Igreja
devido à proximidade das duas construções

O mercado de Laclubar. Em dia de domingo...

As "meninas" para um lado...

... e os "meninos" para outro!

Adeus, Laclubar!... Até à próxima! ;)