domingo, 21 de fevereiro de 2016

Dili-Aileu e arredores - Dili ;)

6h30m de uma quinta-feira: desperto o "Jaquim" e digo-lhe que temos de rumar a sul, a Aileu. Deveres profissionais que se conciliam com os lúdicos. É possível.  Claro que é possível para quem, como eu, gosta de andar na estrada e de contactar de perto com a realidade deste país, particularmente "a montanha", os "distritos". Quem vem a Timor Leste e não sai de Dili, como muitos que por cá passam nas célebres "missões" de 1 ou 2 semanas, não sabe verdadeiramente onde esteve. Não esteve em Timor Leste mas sim num hotel, igual a tantos outros de 3-4 estrelas.
Mesmo estremunhado, o "Jaquim" não se fez rogado e pôs-se em marcha. Vrum! Vrum!..

Primeiro "choque": o estado da estrada. 47 kms que parecem 470... Ai meus "rinseseses"!... Parte dela tem vestígios de alcatrão no meio de tantos (e profundos) buracos; outra parte, particularmente mais perto de Dili, está em obras de renovação no ambito de um projecto financiado pelo Banco Mundial que irá renovar toda a estrada até Ainaro, pelo menos. Encontrei bocados em obras também entre Aileu e Maubisse.






Mas a estrada, àquela hora, tinha também outros motivos de interesse: paisagens e gentes.




Up, up and away... Depois de cerca de 1h30m a subir a montanha (quase) sempre vendo Dili cá em baixo, à direita, "dobra-se" finalmente o "cabo" onde se passa a ver o Tatamailau. Velho "habitué" destas viagens, sabia que por volta das dez da manhã o "avô" veste-se de nuvens e fica muito recatado no seu canto... Também por isso e porque tinha ficado de estar em Aileu às 9h da manhã para começar o "servisu", decidi partir cedo de Dili. E, mais uma vez, fiz bem. O "avô Lau" apareceu-me depois de uma curva na estrada (a cerca de 27 kms de Dili) em todo o seu esplendor,  limpinho, limpinho...



Mais perto, nos vales até Aileu, as nuvens eram ainda uma presença constante, dando origem a uma paisagem linda.


A certa altura surge à nossa esquerda a que é, provavelmente, a "uma lulik" (casa sagrada) mais fotografada do país. O seu guardião preparava-se para içar mais uma das bandeiras que normalmente estão içadas durante o dia. Preocupado com o meu horário, acabei por não poder aceitar o convite que me fez para assistir (e fotografar...) o içar da bandeira, Ala que se faz tarde...


Mais adiante, sobre uma curva da estrada, surge o mercado de Solerema, quase vazio àquela hora da manhã --- como, aliás, está quase sempre... :)


Talvez uns 2-3 kms adiante, junto a um outro mercado (amarelo) de estrada ali presente, está a placa indicadora do desvio para o vale de Seloi Kraik. O vale é uma das minhas paisagens preferidas em Timor Leste, nomeadamente na época em que os arrozais já estão verdejantes, dentro de cerca de 1 mês, mês e meio.


Tenho ou não tenho razão para achar esta uma das melhores paisagens do país?





No caminho ainda deu para tirar mais fotos da paisagem e das gentes:


Esta senhora apareceu-me na estrada já perto do vale. Uma beleza serena e um "turbante" digno de um Dior... ;) Não me contive e pedi para lhe tirar a fotografia e no final terminei com um "bonita lo'os" que a fez rir... Mas já não fui a tempo de fotografar o seu riso... :(




Crianças a caminho da escola de Seloi Kraik sob a protecção do seu "avô".

Estava cumprida a primeira meta da minha "missão". Era tempo (8h30m) de partir em direcção a Aileu, a cerca de 10km para sul. O dever chamava por mim.

[continua na próxima crónica]

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