Mesmo estremunhado, o "Jaquim" não se fez rogado e pôs-se em marcha. Vrum! Vrum!..
Primeiro "choque": o estado da estrada. 47 kms que parecem 470... Ai meus "rinseseses"!... Parte dela tem vestígios de alcatrão no meio de tantos (e profundos) buracos; outra parte, particularmente mais perto de Dili, está em obras de renovação no ambito de um projecto financiado pelo Banco Mundial que irá renovar toda a estrada até Ainaro, pelo menos. Encontrei bocados em obras também entre Aileu e Maubisse.
Mas a estrada, àquela hora, tinha também outros motivos de interesse: paisagens e gentes.
Mais perto, nos vales até Aileu, as nuvens eram ainda uma presença constante, dando origem a uma paisagem linda.
A certa altura surge à nossa esquerda a que é, provavelmente, a "uma lulik" (casa sagrada) mais fotografada do país. O seu guardião preparava-se para içar mais uma das bandeiras que normalmente estão içadas durante o dia. Preocupado com o meu horário, acabei por não poder aceitar o convite que me fez para assistir (e fotografar...) o içar da bandeira, Ala que se faz tarde...
Mais adiante, sobre uma curva da estrada, surge o mercado de Solerema, quase vazio àquela hora da manhã --- como, aliás, está quase sempre... :)
Talvez uns 2-3 kms adiante, junto a um outro mercado (amarelo) de estrada ali presente, está a placa indicadora do desvio para o vale de Seloi Kraik. O vale é uma das minhas paisagens preferidas em Timor Leste, nomeadamente na época em que os arrozais já estão verdejantes, dentro de cerca de 1 mês, mês e meio.
Tenho ou não tenho razão para achar esta uma das melhores paisagens do país?
Esta senhora apareceu-me na estrada já perto do vale. Uma beleza serena e um "turbante" digno de um Dior... ;) Não me contive e pedi para lhe tirar a fotografia e no final terminei com um "bonita lo'os" que a fez rir... Mas já não fui a tempo de fotografar o seu riso... :(
Crianças a caminho da escola de Seloi Kraik sob a protecção do seu "avô".
Estava cumprida a primeira meta da minha "missão". Era tempo (8h30m) de partir em direcção a Aileu, a cerca de 10km para sul. O dever chamava por mim.
[continua na próxima crónica]
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