segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Consegui!... Finalmente! Uma visita a Laclubar...

Já tinha feito duas tentativas anteriores para visitar Laclubar. Da primeira vez, há muitos anos, com um casal amigo. Desatou a chover e resolvemos voltar para trás quando já viamos ao longe as conhecidas torres da igreja local. Não valia a pena ir com tanta chuva...

A segunda vez foi há uns 4-5 anos. Aí foi pior ainda: pouco depois de Cribas vi-me envolto nas nuvens e mal se via a estrada. O que, para o caso, era perigoso. Toca a bater em retirada....

Desta vez adotei uma estratégia à partida "ganhadora" ;) : conhecedor das espertezas do clima no local e, em geral, nas regiões de montanha do país, decidi que tinha de lá chegar antes das 10h da manhã... Daí ter saído de Dili pouco depois das 6 horas da manhã, hora imprópria para "cristões", Sózinho "mai lo meu" "Jaquim", como de costume (quase sempre...).

A viagem não tem nenhuma história especial que valha a pena recordar aqui por escrito...
Por isso ficam só fotos com legendas. 

Começaram as obras de alargamento da estrada marginal para Hera. 
Aqui o início da descida até chegar à entrada do "estradão" para a "Praia dos Portugueses"

"Praia do dólar" com a maré vazia... La gosta... ;)

"Subãozinho", a seguir a Behau e sua "área de serviço" de comes e bebes...;)

No alto do "Subão" um aviso de que é PROIVIDO... atear e fazer lume

Já na estrada que sai de Manatuto para Laclubar, 
um projeto de melhoria de abastecimento de água

Já o sabia e agora confirmei que a estrada de Manatuto para a costa sul, 
nomeadamente para Natarbora e sua importante zona de produção agrícola,
estava ser recuperada. Pois está... ;) Aqui já alargada e quase pronta a receber o tapete de alcatrão

Um dos aspetos que mais me chamou a atenção foi o dos muros de sustentação de terras: 
grossos, fortes, visivelmente capazes de desempenhar a sua função. 
com a inclinação correta, ao contrário dos existentes na estrada Tibar-Maubara, por exemplo, 
em que há uns muros "lingrinhas" e quase todos com a inclinação errada, 
com a parte inclinada no lado da montanha. Se sabem fazer bem porque não fazem TODOS bem?
Onde está a fiscalização por parte do Estado?

Maravilha... Um tapete preto à espera do "Jaquim"... E ele aroveitou, pois então...

Passagem por Cribas, a única povoação relevante até chegar a Laclubar

E de repente... As montanhas escarpadas da região e a costa sul ao fundo

"Flecha" de bifurcação da estrada para Natarbora e, em frente, para Laclubar

Pequena povoação com casas "típicas" pouco depois de passada a bifurcação da estrada 

Mais uma povoação no caminho para Laclubar, esta já "grandinha".
Não vi nada que a identificasse...

O pior momento da viagem: ver estes olhos tristes, tristes, tristes...

Laclubar ao longe, com as torres da igreja sobresaindo do casario

Entrada de Laclubar: uma estrada mázinha, própria para kudas...


Todos os caminhos são bons para chegar ao mercado

A caminho do mercado: as mulheres, sempre as mulheres.
E as crianças! E uma "avó" rija que nem respondeu aos apelos de "sae foto!..."
Prá frente é que é caminho!

Objetivo alcançado! A Igreja de Laclubar! Com as nuvens já a avisar...

Interior da igreja durante a missa das 9h (Domingo)

Centro de saúde São João de Deus
Graças à generosidade dos padres, dá para pernoitar

Coordenadas do Centro de Saúde, aproximadamente as mesmas da Igreja
devido à proximidade das duas construções

O mercado de Laclubar. Em dia de domingo...

As "meninas" para um lado...

... e os "meninos" para outro!

Adeus, Laclubar!... Até à próxima! ;)







quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Saudades do Tatamailau...

Domingo de manhã, 11 de Setembro de 2016. Saudades (minhas e do "Jaquim", agora vestido de novo,..) da estrada e, particularmente, do Tatamailau, levaram-me a rumar a poente, primeiro, e a sul, depois. O projeto era (e foi...) ir até Aipelo, onde se situa uma antiga prisão bem conhecida dos antigos "deportados", e daí rumar a sul, subindo a montanha até Bazartete e depois desce-la até Leorema. No caminho, antes de começar a descida, "ele" estava a minha (nossa...) espera em todo o seu esplendor.


Mas vejamos o percurso efetuado.

De Dili a Aipelo é agora um "saltinho" graças à recuperação da estrada que a deixou num brinquinho... O busilis é depois de Aipelo e até tomarmos, umas duas horas mais tarde, a estrada Gleno-Dili, também ela agora  uma belezura.

Subindo a montanha --- na viagem vamos passar dos virtuais 0m aos mais de 1100m --- vamos "levar" com uma estrada que está sofrível, primeiro, mas muito mázinha, benza a Deus, pouco depois... E assim se faz a maior parte do percurso.

Estrada mázinha... Mas há pior ainda...

O primeiro motivo de interesse é, durante a subida, ver a paisagem que vai ficando para trás,para norte, em direção ao mar e a Aipelo.
Sendo domingo dia de missa, era de esperar que encontrássemos no caminho várias pessoas com a sua "roupinha de ver a Deus", como estas duas senhoras que explicaram logo que iam a caminho da missa numa igreja mais abaixo por onde tínhamos passado. Mas o "mais abaixo" não era "logo ali"... Calculo que no regresso, sempre a subir, custe mais...


Continuando damos de caras com este sinal junto de uma outra igreja.



Logo adiante da igreja está esta construção que na primeira vez que a vi, há alguns anos, mais parecia um como que "chalet de montanha"... Concluí depois que, afinal, é um convento de freiras.




 Adiante, a caminho de Bazartete! A estrada é manhosa mas faz-se... até que, depois de passada a localidade e andados mais uns quilómetros (provavelmente a pior parte do percurso e com um ou outro desvio a requerer atenção e perguntas aos sempre presentes miúdos para nos informarmos sobre o caminho para Leorema), depois de uma curva da estrada... Ooops! Lá está ele!... Alegria para mim e para a minha "pendura" Nafreana. Ainda por cima estava limpinho, sem nuvens, a uma hora em que por vezes já as tem à sua volta.



Deste ponto começa a descer-se para o vale em que se encontra Leorema.


Na descida vê-se, ao longe, o monte Loelaco/Cailaco e a foz da ribeira Loes...


... e vamos passando por plantas de café em fases distintas da sua floração, dependendo se estão mais ou menos expostas ao sol desta época do ano.


Encontrámos também pelo caminho --- domingo é dia de missa mas também de "luta de galos"... --- um timorense com seu galo a caminho de mais um combate... Será que o "manu futu" sobreviveu? Tinha cara (?) de quem já passara por outras...



Num dos pontos mais altos do caminho (1158 mts...) viam-se estas duas paisagens, uma para a nossa direita (Loelaco e Ribeira Loes) e outra em frente (Tatamailau)




E a descida continuou até Leorema.




A localidade está no fundo de um vale para onde tivemos de descer depois das primeiras visões do Tatamailau, a seguir a Bazartete, e de onde teremos de sair subindo novamente mas agora mais para sul e poente. Curiosamente, só quando se começa a subir de novo é que, olhando para trás, nos apercebemos de que andámos a descer aos ziguezagues durante alguns quilómetros.

E lá vamos nós, mais uns bons quilómetros de uma estrada do tipo "valha-me Deus!..." com o objetivo de chegar à estrada Gleno-Dili e ao conforto do seu "tapete de alcatrão" a alguns quilómetros de Gleno. Aí é só tomar a "liman karuk" e descer para Tibar e Dili --- onde nos esperava o cozido do Hotel Timor... ;)






Acabou-se... Talvez proximamente haja mais. Laclubar "et ses environs"? Talvez.