sábado, 23 de outubro de 2010

E a pedido de várias famílias... Fotos da "Sagres" em Dili!

Pois é... Há cerca de um mês a "Sagres" esteve aqui em Dili e a pedido de um amigo especial aqui vão algumas fotos sem texto. Palavras para quê perante tanta "belezura"? ;-)

Com Ataúro ao fundo no dia da partida 

A caminho das balizas que marcam o canal de entrada do porto de Dili,
frente à "Praia dos Coqueiros"/Avª de Portugal 

 Duas sereias...no Cristo Rei

Emoção: a bandeira de Timor Leste içada na "Sagres"

domingo, 17 de outubro de 2010

Era uma vez a "Joaninha"... :-)

"Qual "Joaninha"? A da "Joaninha voa, voa?!...", perguntarão vocês.
Qual quê! A "Joaninha", rasteja, rasteja...

Então é assim...
Once upon a time (há cerca de 2 semanas...) lá para os lados de Vatuvou, Maubara, apareceu uma jibóia de cerca de 7 metros de comprimento "paradona" com uma vitela na barriga!... Teve mais olhos que barriga e esqueceu-se de que com a bichinha no ventre ficava sem a leveza necessária para fugir a maus encontros... Que aconteceram mesmo pois foi vista pela população a olhar para o lado como se não fosse nada com ela mas o pessoal desconfiou de tamanho bandulho e dos olhinhos de carneiro mal morto que ela fez e... zás!
Como quem com ferro mata com ferro morre, lá foi ela desta para melhor à catanada.
Não só não chegou a usufruir do repasto como "virou", ela própria, repasto...


Mas o mais curioso foi o que se seguiu...
No dia seguinte o homem que a matou disse ter tido um sonho durante a noite. Nesse sonho apareceu-lhe uma outra jibóia que disse andar à procura da sua "Joaninha", que tinha saído de casa e não tinha voltado. Ela era fácil de identificar porque tinha brincos e um grande colar de ouro.
E o "jibóio", como quem não quer a coisa, foi avisando: "temos 23 filhos!". Assim como quem diz: "se eu sei que alguém lhe fez mal tem de se pôr a pau comigo e com os nossos filhos!..."

Resultado: o homem desapareceu e mudou-se por uns tempos para a zona da Loes... Ai, Timor, Timor!...

domingo, 3 de outubro de 2010

Traição! Traição!... :-)

Domingo, 3 de Outubro de 2010. O dia tão ansiosamente esperado ( :-)  ) de ir a casa da Nafreana e levar as fotos que lhe tirei em três anos sucessivos (2008 a 2010). Meti-me no carro e lá fui eu a caminho de Bercoli, onde ela reside, para depois seguir até Venilale a fim de tirar fotos do que resta das casas da administração portuguesa da vila. Pelo caminho e porque era domingo, viam-se as igrejas com muitas pessoas.

Vêm-se também muitas construções feitas, pelo menos em parte, de pedra aparelhada outras que se percebe estarem a serem construídas graças ao surto de algum desafogo económico recente dos proprietários, alguns deles, provavelmente, vivendo em Baucau ou Dili.
Mas também se vêm construções tradicionais.


Até que se chega a casa da Nafreana, bem na base do pequeno carreiro que leva à igreja de Bercoli, erigida num pequeno alto.


Construída em 1963, o seu interior é espartano, com uns quantos bancos corridos e alguns, poucos, pequenos altares para 3 ou 4 imagens de santos.
Segundo reza a história, neste local, aproximadamente, terá havido uma pequena capela em materiais locais onde terão existido algumas estátuas muito antigas. Uma delas seria mesmo, segundo o informador no local (o sacristão?), dos idos de 500... Teria depois sido entregue à guarda dos reis locais até que se lhes terá (?) perdido o rasto.

Chegado junto da casa da Nafreana, perguntei por ela à mãe e... Traição! Traição!... Eu vim de Dili à procura dela e ela... foi para Dili e só regressa na quarta feira!... Face ao "facto consumado" não tive outro remédio senão entregar as fotos e mais umas pequenas lembranças à mãe da Nafreana e seguir para Venilale.

A casa maior de um conjunto de outras de arquitectura colonial portuguesa, construídas no tempo do administrador Pité, pai do Luís Pité, terá sido a residência do próprio administrador. Está no estado que se pode ver nas fotos abaixo (exterior e corredor interior). É uma pena se não for possível recuperá-la e usá-la, eventualmente como ponto de apoio turístico ou mesmo para funções administrativas.
  



Mais à frente está a "Escola do Reino de Venilale". Reconstruída pela Swatch há alguns anos atrás o uso de tintas inapropriadas para este clima terá contribuído para o aspecto que tem hoje, cheio de manifestações de humidade.


Terminada a viagem, era hora do regresso e de gozar das paisagens do caminho, onde se vêm muitos locais de cultivo de arroz em terraços que, com o seu verde, dão à paisagem um aspecto por vezes paradisíaco.



Quase a chegar a Baucau, uma cena do quotidiano: na mikrolete à minha frente um pequeno passageiro tinha-se deixado dormir e "tirava um cochilo"

sábado, 2 de outubro de 2010

A "loja" de artesanato de Oécussi em Dili

Desde o ano passado que assentou arraiais na rua ao lado do Hotel Timor. Trata-se de um timorense de Oécussi que vende produtos oriundos do enclavei --- embora desconfie que alguns são da província indonésia vizinha, NTT... É, certamente, a melhor "loja" de artesanato de Oécussi em Dili.


Particularidade do seu comportamento é o de que tem por hábito saudar quem passa, interessado ou não nos seus produtos, com uma quase impecável continência.


Quase não falando tétum --- adivinho que a sua língua materna seja o baikeno ---, é um sarilho para a gente se entender, nomeadamente para discutir preços. Mas o que é certo é que no ano passado lhe comprei um par de portas e este ano já lá vão uns kini-kini no meio de outras coisas menores.


A compra dos kini-kini, particularmente, deixou-me quase à beira de um ataque de nervos... :-) Tendo eu compreendido que ele pretendia 50 USD pelo par, fiz a minha oferta "irrevogável": 30 "paus". Recusou liminarmente e eu voltei costas.
Mas eu tenho a cabeça dura e quando fixo os olhos numa "presa" é difícil largá-la...
Mais tarde voltei lá. Afinal os kini-kini não eram dele mas sim de um outro companheiro que entretanto aparecera. E o preço subiu de repente para o que eu entendi serem... 80 dólares. Nem morto! Depois de muita conversa sobre o preço o homem alinhou um conjunto de notas para dizer qual o preço. Afinal não eram 50, nem 80 mas sim... 100 dólares.
Na brincadeira bati com o indicador na cabeça e disse-lhe que estava "bulak"!... E virei costas mais uma vez e fui almoçar ao Hotel, onde amigos me esperavam.
Mas a "azia" continuava. Ainda por cima uma amiga minha e usual "parceira" em incursões do mercados dos tais e feiras de artesanato caíu na "asneira" de me dizer que era raríssimo ver kini-kinis à venda. Bem dito bem feito: o fruto "proibido" é mesmo o mais apetecido e terminada a refeição disse aos meus amigos "vou ali num instante e já volto!".
E lá voltei eu ao "ataque". Palavra puxa palavra, nota puxa nota, chegámos finalmente a um acordo: "arrematado ao malae boot por 50 dólares"! E lá vim eu chocalhando os kini-kini rua fora todo satisfeito da vida... Mais uma peça para a minha "uma lulik"... :-)