sábado, 26 de fevereiro de 2011

"Senhor! Senhor! Tem cobrinha no seu carro!..."

Cena de sexta à noite: estou eu todo esparramado no "maple" a ver TV quando batem à porta do apartamento. Era o segurança do aparthotel dizendo que uma "cobrinha", depois de ter tentado subir pelo pneu da frente do carro foi andando e conseguira subir para o chassis.
Claro que a primeira coisa que me lembrei foi dos casos, em Moçambique, em que condutores, depois de passarem por cima de cobras... aparecerem mortos! A "bichinha" conseguira agarrar-se ao carro e, entando pelos buracos dos pedais, picou o condutor, levando-o à morte. Upps! Chega pra lá!...

Calcei os sapatos --- ir de chinelos? Nem pensar!... :-) --- e lá fui ver o que se passava. Com a escuridão não dava para ver nada, claro. A única coisa que me lembrei de fazer foi ligar o carro e ir dar uma pequena volta com ele para ver se ela caía, não me esquecendo de fazer umas travagens bruscas na esperança de a apanhar apoiada só num pé e cair... :-). Só faltou abanar o rabo para a fazer cair...

Depois voltei ao quarto e passado um bocado apareceu a cozinheira, que tanbém tinha visto a "cobrinha" e suas tentativas --- bem sucedidas... --- para trepar para o carro, a dizer-me: "Senhor! O segurança diz que o melhor é o senhor amanhã ir logo de manhã a uma lavagem de carro para eles lavarem bem o carro por baixo e verem se tem cobra ou, com a água da agulheta, a enxotarem!...". Não estava mal pensado!...

E hoje de manhã lá fui eu em busca de uma lavagem ("fase kareta") com vala para se poder ver a parte de baixo do carro e a lavar com agulheta. Encontrei uma em Fatuhada, logo depois do "palácio do Presidente", os serviços da Presidência da República.

Explicado ao que vinha, os moços meteram mãos à obra e deram um banho completo ao "jeep". Só faltou meterem-no num alguidar e virá-lo de um lado para o outro!... Finalmente veio a revelação que eu queria: "cobra não tem, senhor!..." Ufff!...


Depois desta "estória" contada, alguém me pode dizer porque é que 2 ou 3 pessoas viram a "cobrinha" e suas tentativas de subir para o carro e não pegaram na vassoura que estava ali ao lado e a enxotaram?!...
Coisas...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Que meda!...

Isso mesmo!... Que meda!... Não me enganei no título! Não falta letra nenhuma e é assim mesmo, no feminino!...
Trata-se de um marsupial --- e por isso "primo" dos cangurus... --- arborícola que existe em Timor com alguma abundância. Pelo menos lá para os lados de Maubara aparecem frequentemente. E os timorenses "chamam-lhe um figo" pois dizem que a carne é muito boa! Mas quem tem coragem de matar um bicho destes?


Mas vamos à "estória"..
Hoje foi dia de visita ao "Vô" Serra e quando lá cheguei contou-me logo que tinham apanhado uma meda que caíra de uma árvore perto da casa dele apenas algumas horas antes. A queda teria sido motivada pelo facto de ela estar muito pesada por transportar consigo, em cada uma das duas bolsas que possui, um filho já grandote. Os filhos agarram-se à mama da mãe que está dentro da bolsa e só a largam quando estão capazes de sobreviverem por si mesmos. Nessa altura, não regressam à bolsa maternal.



O curioso é que poucos dias antes tinham apanhado uma outra, esta bem mais pequena, que tinham prendido a uma árvore para ela se alimentar... e esperar que eu chegasse no domingo para tirar fotos!... :-)


As medas estão preparadas para a (boa) vida que levam, passeando-se perguiçosamente entre as árvores graças às suas unhas aguçadas nas patas e à sua cauda preensil que usam para se agarrarem melhor às árvores. Nomeadamente aos caféeiros, já que adoram as cerejas bem maduras do café.




Enfim, fizemos toda a gente jurar a pés juntos que não iriam matar a meda para a comer... E lá viemos, depois de a deixarmos sossegada na copa de uma árvore, confiantes na palavra dada... :-)


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dare "et ses environs!... " :-)

A época das chuvas não é boa para passear por montes e vales neste país, como calculam... Por isso tenho estado um bocado "sossegado", tendo-me limitado a ir duas vezes dar um abraço ao "vô" Serra, uma delas com mais uma pequena "tropa fandanga" de quatro amigos e outra vez espreitar a central de Hera. Ou o projecto de projecto de central eléctrica...
No fim de semana passado, finalmente, decidi-me a ir dar uma "curva ao bilhar grande". O destino foi Dare, sobranceiro a Dili e no caminho para Aileu. A causa imediata da decisão de ir para aqueles lados foi uma discussão em torno das placas que estiveram e das que agora estão no monumento que os australianos ali erigiram ainda no tempo da administração portuguesa para agradecerem o apoio "dos portugueses do Minho a Timor" aos seus soldados durante a segunda grande guerra.


Passado o local, segui em frente, em direcção ao convento ali existente.



Reconhecido o local de outras andanças, decidi-me ir mais além e "xeretar" o caminho que dali penetra na montanha sem saber muito bem onde ele me levaria... Assim é que eu gosto... :-)
E lá fui eu... As paisagens são deslumbrantes, quer do próprio percurso quer a vista que dali se tem sobre Dili.




A certa altura dá-se com um pequeno "campanário" onde está uma figura de Nossa Senhora com o Menino que depois me lembrei já ter visto pois aquele é o caminho para umas instalações onde, por vezes, se organizavam "retiros" para discutir documentos importantes para o desenvolvimento de Timor Leste. A única (última?) vez que lá tinha estado foi em 2003, salvo erro, quando começaram a preparar o segundo Relatório do Desenvolvimento Humano de Timor Leste (fui o organizador do primeiro, publicado nas vésperas da "independência, em Maio de 2002).


Em frente... E lá fui andando, com algumas vistas espectaculares de Dili, nomeadamente da ribeira de Comoro.


A estrada, apesar de ser de terra batida, até não está má e por isso fui andando, andando. De vez em quando passava por alguém que me dizia "Ba Dili" (vou para Dili)... E eu a "fugir" dela...
A certa altura e porque já tinha passado os 700 metros de altitude, comecei a ficar "nas núvens" e foi então que comecei a pensar se valeria a pena continuar pois teria dificuldades em ver a estrada e já estava a deixar de ver a paisagem. Foi então que decidi voltar para trás sem saber ao certo onde a estrada me levaria. Mas fiquei desconfiado que eu iria parar... dentro da Ribeira de Comoro...
Como esta leva, agora, água demais para o meu gosto, também por isso resolvi retroceder.
E assim fiz. Estava então aqui:



E para a despedida, tomem lá esta flor...


Ou preferem esta?