domingo, 26 de fevereiro de 2012

Hoje tou "tancansado" da viagem que nem "mapetece" escrever...

Por isso não escrevo quase nada e coloco apenas algumas fotos do passeio de hoje, mais uma vez para visitar o Vô Serra e ver como estava de saúde. Tá rijo e fino!... :-)

Costa de Timor na zona de Liquiçá

"Bubble beach"

À entrada de Liquiçá

1ª Feira de negócios rurais e de turismo de Liquiçá

Uma ponte metálica em reparação

Arranjando a estrada perto da Lagoa de Maubara... Ai minhas costas!...

... que na verdade é a Lagoa Masin



Estrada preparada para a procissão, em Maubara

Lorico do Vô Serra. Um "primo" dele esteve para
ilustrar a moeda de 5 centavos de Timor Leste...

Flor da bananeira. Boa como salada...

Canela a secar para ser moída. "Made in" Vô Serra...

Vista da Lagoa de Maubara e Ataúro na descida de Vatuvou para Maubara

E para terminar com chave de ouro, belezas "liquicianas"

domingo, 19 de fevereiro de 2012

"Há dias assim!..." ou "Ai que saudades!..."

Domingo de manhã. Tempo de dar uma volta pela cidade enquanto o calor não aumenta e aguardo a hora de, mais tarde, ir dar um último "abraço" ao falecido João Carrascalão.
Onde vou, onde não vou... Vou à procura da Laura, a moça (agora uma mocinha...) que "apanhei" há uns anos a espreitar para mim pelo espelho do carro, ali para os lados da "praia do cemitério", junto à foz da ribeira de Comoro.
Passada a ponte de Comoro, viro à direita e meto-me na estrada que me conduzirá ao destino já que a a Laura vive mesmo "paredes meias" com o cemitério que ali está.
No caminho passei pelo local onde há anos a minha parceira fundadora deste "Livro" (é dela o texto de apresentação, por exemplo), depois das (sempre longas) horas de serviço, arranjava tempo para ir dar explicações de português e matemática (e o mais que aparecesse...) a um grupo grande de crianças da "aldeia" local que frequentavam o ensino primário e secundário.



E foi então que bateram mais forte as saudades dela, agora em latitudes e longitudes quase opostas... Que saudades dos longos "papos", da sua companhia bem humorada e inteligente. "Volta! Estás perdoada!... " :-)

E absorto (ena!... Há quanto tempo não "ouviam" esta palavra?!... ;-)  ) nos meus pensamentos lá cheguei à casa da Laura. Assim que viu o "Jaquim" a mãe apareceu a correr dizendo que ela não estava em casa mas sim em casa da tia, em Taibessi!... Paciência!... Fica para a próxima.
Depois de uma foto dos "beiros" da zona pescando tendo como pano de fundo Ataúro e de um pequeno atascanso na areia da praia (lá tive de meter a tracção às 4 rodas...), voltei para trás.


No caminho de regresso tirei ainda uma foto das obras de alargamento da zona de serventia à pista do aeroporto de Dili, prenúncio das planeadas obras de alargamento do mesmo e de prolongamento da sua pista.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

E como não há duas ("estórias") sem três...

... vamos à última da trilogia deste (passado) fim de semana por terras de Baucau.
Domingo de manhã acordei cedinho e comecei por ir ver a macacada! Sim, os macacos da Pousada de Baucau. Passado uns momentos oiço grande gritaria e alvoroço: era o tratador deles que chegava para lhes dar o "matabicho": bananas, pois claro!




Depois de eu próprio matabichar, parti ao encontro das duas professoras recém chegadas "ao pedaço" a quem tinha oferecido boleia para o passeio daquela manhã de domingo. Toda a gente  a bordo, rumámos a sul, a Venilale.
Pelo caminho fui apreciando o interesse com que viam a paisagem e tiravam uma foto aqui, outra acoli. Até que parámos na primeira paragem: a casa da Nafreana, a miúda (agora já uma moçoila...) timorense que tenho fotografado várias vezes desde que, há uns 4 anos, dei com ela numa paragem da estrada, junto à casa dela, para apreciar os primeiros terraços de cultivo do arroz.
Desilusão: tal como das duas vezes anteriores, ela não estava em casa mas sim em Ossu, onde está a estudar nas irmãs Canossianas. Como o dinheiro não abunda, nem chega a ir a casa aos fins de semana como fazia inicialmente.
Desiludido, lá me meti no carro para continuar o passeio até Venilale e mostrar a vila às minhas "penduras".
A próxima paragem foi nas grutas japonesas que existem na região (perto de Gariuai) e que terão sido utilizadas como paiol durante a Segunda Guerra Mundial. Espantadas com o "achado", lá se puseram a tirar fotos quando... ó céus!... Então numa altura destas é que terminam as baterias de ambas as máquinas fotográficas?!...... Novatas!... Rssss! :-)
Lá lhes emprestei a minha de bolso e continuámos deparando aqui e ali com vários terraços a serem cultivados com arroz.



Mais buraco, menos, buraco na estrada, lá chegámos a Venilale, onde lhes expliquei que, logo à entrada, há a antiga "tranqueira" e, bem perto, o Mercado Municipal.


A rua principal está pejada de obras com algum interesse, nomeadamente as antigas residências do administrador (um deles o administrador Pité) e de outros funcionários, infelizmente completamente em ruinas. Lá lhes expliquei a minha aventura de dois anos antes, quando "roubei" um pedaço de telha portuguesa que pejava o chão da casa do administrador que fiz chegar ao seu filho, o meu amigo Luís.

Mais adiante estão a igreja local e a famosa "escola do reino de Venilale" recuperada há alguns anos graças a uma campanha da Swatch. Infelizmente a humidade fez das suas e o aspecto exterior da escola é agora deplorável.


Isso não impediu as minhas companheiras de viagem de quererem posar junto à mesma. Feitas as fotos da praxe, voltámos ao carro e foi quando nos preparavamos para arrancar quando chegou um senhor de motorizada que meteu conversa connosco recordando que a escola tinha sido recuperada há alguns anos mas que já precisava de novo "tratamento de beleza".
Foi nessa altura que lhe falei da casa do administrador e que era uma pena estar, aparentemente, destinada a cair aos bocados antes de a recuperarem. Aí ele puxou da memória e disse que o filho do administrador Pité, que identificou perfeitamente como Luís, tinha tido um papel relevante na recuperação da escola e que prometera recuperar também a residência onde tinha morado com os pais, mostrando-se ele desgostoso com o facto. Tive então a oportunidade de "limpar a honra" do Luís (deves-me esta, pá!...)  e dizer-lhe que ele o tinha tentado fazer mas que o Governo de então não o deixou faze-lo. Coisas da História... ou da "história"...

Como era cedo avancei um pouco na estrada para Ossu mas não tendo tempo para lá chegar e voltar a horas de almoço a Baucau, decidimos voltar para trás. Digamos que o estado da estrada também ajudou à decisão... :-)


E assim voltámos para Baucau, numa viagem sem grande história. Chegados cerca das 10h30m e porque ainda era cedo, decidi levá-las a verem a baixa do Seiçal e lá fomos nós para "mais uma voltinha, mais uma viagem". Nada de novo a acrescentar em relação à "estória" anterior e cerca do meio dia estávamos de volta à Pousada de Baucau.

Surpresa (para mim): estando já a começar a almoçar com o meu amigo HJ, chegou o Duque de Bragança e lá fui eu parar ao lado deste no almoço. Não comento as conversas, claro, mas só me lembro de no fim pensar que agora compreendo muito melhor a malta do "5 de Outubro"... :-). E mais não digo...

Tentando tirar o máximo proveito da estada em Bacau, decidimos regressar apenas na madrugada de segunda. Pelo caminho, sem grande história, lá fui tirando mais umas quantas fotos.

"Grossista" de carne de "karau" perto de Laleia




 O "subão" visto de longe, da planície entre Laleia e Manatuto

"Entroncamento" de Manatuto,
com os famosos buracos "seculares"...


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Ontem prometi muito mas "mostrei" pouco...

Vamos lá corrigir a situação!...
O "poiso" habitual é, já sabem, a Pousada de Baucau.


 Que está cada vez melhor, reconheça-se. Começando logo na recepção e assistência aos clientes...


... mas estendendo-se ao restaurante (onde a espetada de peixe continua a ser a minha preferida...)... e não só. O "não só" inclui um auditório em fase adiantada de construção e o projecto de construção de uma ala nova (14 quartos), onde está hoje um edifício abandonado.



São dois melhoramentos que, certamente, muito irão contribuir para a atractividade turística da região, que tem potencialidades muito grandes. O auditório, por exemplo, dará para organizar seminários e outras actividades do género, não só de interesse mais estritamente local mas também beneficiando de alguma deslocalização de actividades que acabam por ser levadas a cabo em Dili.

Feito o reconhecimento do local e depois de bater algumas "chapas" às flores que alegram o jardim da Pousada...



... "fiz-me" à estrada e lá fui eu a caminho da baixa do Seiçal e de Laga.
A luz da manhã (juntamente com a do fim da tarde) é o "paraíso" de qualquer fotógrafo e na região isto torna-se ainda mais verdade nesta época do ano, com várias zonas alagadas e prontas para o cultivo do arroz.


 Os dois Matebian reflectidos nas águas da baixa do Seiçal

Na zona do Seiçal e porque era sábado de manhã, apanhámos o mercado local, com muita gente e o colorido usual. Produtos mais vendidos: os "verdes" (legumes, frutos) e roupa, muita roupa, "do fardo", roupas novas (ou com cara disso...) importadas em fardos de Singapura e que, com custo baixo (1-3 USD a peça, na maior parte dos casos), fazem a delícia das mulheres (timorenses ou malaes...).


E lá prosseguimos em direcção ao destino: Laga e a visão do seu vale de arrozais que se tem da estrada que dela leva para o interior, para Baguia. Claro que me interessava também "apanhar", mais uma vez, o "casal" Matabean, "mane" e "feto".



Depois foi o regresso a Baucau passando pela já nossas conhecidas "tranqueira" e ex-residência do administrador.
E foi ao descer desse "plateau" sobre a povoação de Laga que, ao querer entrar na estrada principal, "meti a pata na poça"!... Não literalmente mas quase...
Distraído com a aglomeração de pessoas e procurando desviar-me delas acabei por enfiar com a roda na vala de escoamento de águas que estava à minha frente e de que nem me apercebi. Aliás, só percebi a gravidade da situação com o alarido do pessoal e com o grito "50 dólares! 50 dólares!"... :-)
Saí do carro e quando vi a "mão" direita do meu "Jaquim" enfiada na vala o primeiro pensamento que tive foi de que o eixo tinha ido à vida... O que seria um belo 31, diga-se! Felizmente não foi nada de grave e com as 4 rodas motrizes engatadas, a marcha atrás metida e a ajuda de um pequeno magote de ajudantes (como de costume, parece que não há ninguém e depois parecem um enxame), lá tirei o meu rico "Jaquim" daquela posição. Nem me lembrei de lhe tirar a fotografia para a posteridade... Queria era "basar" dali e depressa!...
Já sei! Já sei! Querem saber em quanto me ficou a "brincadeira", né?!... Pois... 40 "paus"!... É muito?!... Sim, concordo, mas eles eram també muitos e vocês sabem como é: nestas circunstâncias vem sempre ao de cima a minha "costela" de economista do Banco Central... E o que é que um Banco Central quer? Que a economia cresça pondo dinheiro em circulação... Foi o que eu fiz... É tudo uma questão de filosofia de vida... Kkkkkkkkk! Já sabem: 0,000000000001% do crescimento do PIB em 2012 é "meu" e decorrerá directamente da minha boa acção!

Ainda a remoer a aventura, "embiquei" para Baucau e pelo caminho lá fui tirando mais umas fotos...




E quase a chegar a Baucau e face a este sorriso de felicidade, relaxei e reparei-me para o almoço...


A tarde foi para descansar das emoções e preparar a etapa seguinte. Mas esta fica para amanhã e inclui Venilale, a Nafreana, a dupla "R&R" e o que mais se verá!


domingo, 12 de fevereiro de 2012

Baucau, Seiçal e Laga... lição revista mas não aumentada...

Mais uma vez meti-me à estrada e fui a Baucau, ao re-encontro do meu amigo de infância Henriques de Jesus, o "a modos que" adjunto "económico" da diocese de Baucau.
A viagem não teve história... nem "estórias": a mesma paisagem linda do "subão" --- ou "desção" conforme o sentido da marcha... :-) ---, dos arrozais na zona de Manatuto e da zona de Laleia e a mesma árvore isolada numa curva antes de entrar em Manaturo (uma das "minhas" árvores em Timor Leste). Ah!... E os mesmos --- os mesmíssimos!... --- buracos que encontrei há 11 anos no "entroncamento" entre as estradas interior e exterior de Manatuto, já passada a cidade. Velhos e fiéis amigos! Melhor só o bacalhau! Sempre ali à nossa espera para nos darem uma "massagem" nas costas e desejarem boa viagem!... Obrigado companheiros! Como diriam os nossos amigos do norte (de Portugal), aqueles buracos são já uma "instituiçom"!... No dia em que desaparecerem vai haver muita lágrima vertida!...




Mais adiante apanhámos uma chuvada mas passou depressa. Chovia quando passámos Bucoli e a ponte que, mais à frente, nos obriga a descer para um desvio por ela ter vindo abaixo há uns largos meses. Mas está em reconstrução e mais dia, menos, dia, estará operacional.
Depois foi a vez das rectas para o aeroporto, primeiro, e deste até Baucau, depois, com chegada à pousada no horário previsto --- 3 horas, mais coisa menos coisa, depois da saída de Dili.

Os "Matebean" em plena luz da tarde

Mais tarde foi o jantar com o nosso amigo e duas das professoras do grupo (cerca de uma dúzia) que chegou recentemente a Baucau para continuarem e desenvolverem os trabalhos da "escola de referência" local, fruto do acordo de cooperação entre Timor Leste e Portugal.
Ainda um pouco assarapantadas com as diferenças entre a vida em Portugal e em Bacau, procuram ambientar-se e "tocar em frente" a sua missão.
Lamentavelmente não previram um apoio em transporte fora do normal casa-escola-casa e a falta de mobilidade tem as suas consequências. Incluindo psicológicas.
Acabei por as desafiar e hoje, domingo, fui "apresentar-lhes" Venilale e a baixa do Seiçal. Uma lufada de ar fresco nos seus fins de semana, que levam tanto tempo a passar...
Nelas aqui fica a minha homenagem a todos os porfessores portugueses que, em iguais circunstâncias e até piores (alô Same! alô Oecusse!), dão o melhor de si para contribuirem para a melhoria do sistema de ensino em Timor Leste. Um esforço que, temo, muitos não se apercebam em Portugal: pessoas "arrancadas" ao seu meio amiente normal e que, apenas com o mínimo dos mínimos de condições, se aventuram até ao outro lado do mundo, onde, por vezes, faltam as coisas mais básicas e de que nem damos pela sua presença no nosso dia a dia. Bem hajam, "R&R" e restantes companheiro/as!...

Amanhã há mais... ;-)