Em 2007 meti-me à estrada em demanda da casa onde, em Bobonaro, tinha vivido um colega meu, o JMBrandão de Brito, filho de um antigo comandante do famoso esquadrão de cavalaria aí sedeado.
Cumprida a "espinhosa missão", aproveitámos o passeio e demos --- eu, o meu companheiro de viagem António R. e a sua pickup Toyota 4x4 --- uma saltada às antigas termas de Marobo.
Logo depois da partida e como que a desejar-nos boa viagem, apareceram uns miúdos, tendo um deles a arreata do seu kuda, o qual era, como se pode ver pela imagem abaixo, um admirador fanático dos Beatles. Ou será que quem sofria da beatlemania era o seu dono?
Esta visão amenizou o primeiro choque: a de um bocado da estrada que lá estava para nos lembrar que o passeio não seria pera doce.
Mais adiante surgiu o primeiro motivo de interesse: uma família arranjava o telhado da sua casa
Depois da paragem para dois dedos de conversa, umas risadas e umas fotos, começámos a descer em direcção às termas, que se encontram no fundo de um vale de onde se vê um dos contrafortes do Cailaco, cujo topo estava, momentaneamente, coberto de um capacete de núvens que realçavam ainda mais a sua beleza.
Continuando a descida, demos com socalcos onde se plantava arroz, o que nos provocou alguma admiração. Mas que o "espectáculo era espectacular" (!), lá isso era.
Rapidamente, porém, fomos desperados do "sonho" que eram aquelas paisagens: a estrada começou a piorar e a certa altura passou a ser apenas um caminho sobre pedregulhos que me fizeram lembrar o "pavimento" da estrada de Tutuala para a praia frente ao Jaco há alguns anos atrás.
Confesso que fiquei receoso que, apesar de ser uma 4x4, a pickup se recusasse a subir a estrada no regresso e passei a máquina fotográfica ao meu companheiro de viagem que se encarregou de fotografar as termas --- ou, melhor, o que resta delas.
De regresso a Bobonaro admirámos uma ou outra casa ou alpendre coberto típicos da região e demos com uma tecelã dos conhecidos e muioto apreciados/valorizados tais de Marobo, caracterizados pelo uso do preto e os desenhos a branco.
Depois de mais umas fotos e de uma tentativa frustrada de fazer rir a tecelã de modo a verem-se os seus dentes "impecavelmente conservados" à custa de muita areca, voltámos ao caminho e à estrada principal que liga Bobonaro a Atsabe, para um lado e a Maliana, para outro. E lá fomos nós a caminho de Maliana e Dili. Não sem os passageiros de uma das angunas se despedirem de nós com os acenos francos que só os timorenses das zonas rurais sabem fazer. Até à próxima!...
Obrigado pela publicacao, Sinto-me muito contente ao ler esta pagina. É uma boa estrategia para promover a beleza da minha terra natal.
ResponderEliminarmais uma vez obrigadissimo....
Deus abencoa-vos...
Paulo Henriques.
Foi com grande emoção que vi na foto da piscina do Marobo, o local, na parte mais funda, em que estive na iminência de me afogar, no ano 1954-55.
ResponderEliminarAcompanhei o meu pai, que foi comandante do Esquadrão de Cavalaria, em Bobonaro, por esses anos e íamos frequentemente ao Marobo.
As águas sulfurosas, a alta temperatura, eram canalizadas por canas de bambu, até à piscina. Luis Mateus de Magalhães