Domingo, 3 de Outubro de 2010. O dia tão ansiosamente esperado ( :-) ) de ir a casa da Nafreana e levar as fotos que lhe tirei em três anos sucessivos (2008 a 2010). Meti-me no carro e lá fui eu a caminho de Bercoli, onde ela reside, para depois seguir até Venilale a fim de tirar fotos do que resta das casas da administração portuguesa da vila. Pelo caminho e porque era domingo, viam-se as igrejas com muitas pessoas.
Vêm-se também muitas construções feitas, pelo menos em parte, de pedra aparelhada outras que se percebe estarem a serem construídas graças ao surto de algum desafogo económico recente dos proprietários, alguns deles, provavelmente, vivendo em Baucau ou Dili.
Mas também se vêm construções tradicionais.
Até que se chega a casa da Nafreana, bem na base do pequeno carreiro que leva à igreja de Bercoli, erigida num pequeno alto.
Construída em 1963, o seu interior é espartano, com uns quantos bancos corridos e alguns, poucos, pequenos altares para 3 ou 4 imagens de santos.
Segundo reza a história, neste local, aproximadamente, terá havido uma pequena capela em materiais locais onde terão existido algumas estátuas muito antigas. Uma delas seria mesmo, segundo o informador no local (o sacristão?), dos idos de 500... Teria depois sido entregue à guarda dos reis locais até que se lhes terá (?) perdido o rasto.
Chegado junto da casa da Nafreana, perguntei por ela à mãe e... Traição! Traição!... Eu vim de Dili à procura dela e ela... foi para Dili e só regressa na quarta feira!... Face ao "facto consumado" não tive outro remédio senão entregar as fotos e mais umas pequenas lembranças à mãe da Nafreana e seguir para Venilale.
A casa maior de um conjunto de outras de arquitectura colonial portuguesa, construídas no tempo do administrador Pité, pai do Luís Pité, terá sido a residência do próprio administrador. Está no estado que se pode ver nas fotos abaixo (exterior e corredor interior). É uma pena se não for possível recuperá-la e usá-la, eventualmente como ponto de apoio turístico ou mesmo para funções administrativas.
Mais à frente está a "Escola do Reino de Venilale". Reconstruída pela Swatch há alguns anos atrás o uso de tintas inapropriadas para este clima terá contribuído para o aspecto que tem hoje, cheio de manifestações de humidade.
Terminada a viagem, era hora do regresso e de gozar das paisagens do caminho, onde se vêm muitos locais de cultivo de arroz em terraços que, com o seu verde, dão à paisagem um aspecto por vezes paradisíaco.
Quase a chegar a Baucau, uma cena do quotidiano: na mikrolete à minha frente um pequeno passageiro tinha-se deixado dormir e "tirava um cochilo"