... vamos à última da trilogia deste (passado) fim de semana por terras de Baucau.
Domingo de manhã acordei cedinho e comecei por ir ver a macacada! Sim, os macacos da Pousada de Baucau. Passado uns momentos oiço grande gritaria e alvoroço: era o tratador deles que chegava para lhes dar o "matabicho": bananas, pois claro!
Depois de eu próprio matabichar, parti ao encontro das duas professoras recém chegadas "ao pedaço" a quem tinha oferecido boleia para o passeio daquela manhã de domingo. Toda a gente a bordo, rumámos a sul, a Venilale.
Pelo caminho fui apreciando o interesse com que viam a paisagem e tiravam uma foto aqui, outra acoli. Até que parámos na primeira paragem: a casa da Nafreana, a miúda (agora já uma moçoila...) timorense que tenho fotografado várias vezes desde que, há uns 4 anos, dei com ela numa paragem da estrada, junto à casa dela, para apreciar os primeiros terraços de cultivo do arroz.
Desilusão: tal como das duas vezes anteriores, ela não estava em casa mas sim em Ossu, onde está a estudar nas irmãs Canossianas. Como o dinheiro não abunda, nem chega a ir a casa aos fins de semana como fazia inicialmente.
Desiludido, lá me meti no carro para continuar o passeio até Venilale e mostrar a vila às minhas "penduras".
A próxima paragem foi nas grutas japonesas que existem na região (perto de Gariuai) e que terão sido utilizadas como paiol durante a Segunda Guerra Mundial. Espantadas com o "achado", lá se puseram a tirar fotos quando... ó céus!... Então numa altura destas é que terminam as baterias de ambas as máquinas fotográficas?!...... Novatas!... Rssss! :-)
Lá lhes emprestei a minha de bolso e continuámos deparando aqui e ali com vários terraços a serem cultivados com arroz.
Mais buraco, menos, buraco na estrada, lá chegámos a Venilale, onde lhes expliquei que, logo à entrada, há a antiga "tranqueira" e, bem perto, o Mercado Municipal.
A rua principal está pejada de obras com algum interesse, nomeadamente as antigas residências do administrador (um deles o administrador Pité) e de outros funcionários, infelizmente completamente em ruinas. Lá lhes expliquei a minha aventura de dois anos antes, quando "roubei" um pedaço de telha portuguesa que pejava o chão da casa do administrador que fiz chegar ao seu filho, o meu amigo Luís.
Mais adiante estão a igreja local e a famosa "escola do reino de Venilale" recuperada há alguns anos graças a uma campanha da Swatch. Infelizmente a humidade fez das suas e o aspecto exterior da escola é agora deplorável.
Isso não impediu as minhas companheiras de viagem de quererem posar junto à mesma. Feitas as fotos da praxe, voltámos ao carro e foi quando nos preparavamos para arrancar quando chegou um senhor de motorizada que meteu conversa connosco recordando que a escola tinha sido recuperada há alguns anos mas que já precisava de novo "tratamento de beleza".
Foi nessa altura que lhe falei da casa do administrador e que era uma pena estar, aparentemente, destinada a cair aos bocados antes de a recuperarem. Aí ele puxou da memória e disse que o filho do administrador Pité, que identificou perfeitamente como Luís, tinha tido um papel relevante na recuperação da escola e que prometera recuperar também a residência onde tinha morado com os pais, mostrando-se ele desgostoso com o facto. Tive então a oportunidade de "limpar a honra" do Luís (deves-me esta, pá!...) e dizer-lhe que ele o tinha tentado fazer mas que o Governo de então não o deixou faze-lo. Coisas da História... ou da "história"...
Como era cedo avancei um pouco na estrada para Ossu mas não tendo tempo para lá chegar e voltar a horas de almoço a Baucau, decidimos voltar para trás. Digamos que o estado da estrada também ajudou à decisão... :-)
E assim voltámos para Baucau, numa viagem sem grande história. Chegados cerca das 10h30m e porque ainda era cedo, decidi levá-las a verem a baixa do Seiçal e lá fomos nós para "mais uma voltinha, mais uma viagem". Nada de novo a acrescentar em relação à "estória" anterior e cerca do meio dia estávamos de volta à Pousada de Baucau.
Surpresa (para mim): estando já a começar a almoçar com o meu amigo HJ, chegou o Duque de Bragança e lá fui eu parar ao lado deste no almoço. Não comento as conversas, claro, mas só me lembro de no fim pensar que agora compreendo muito melhor a malta do "5 de Outubro"... :-). E mais não digo...
Tentando tirar o máximo proveito da estada em Bacau, decidimos regressar apenas na madrugada de segunda. Pelo caminho, sem grande história, lá fui tirando mais umas quantas fotos.
"Grossista" de carne de "karau" perto de Laleia
O "subão" visto de longe, da planície entre Laleia e Manatuto
"Entroncamento" de Manatuto,
com os famosos buracos "seculares"...