Então não querem lá ver esta?!... Na sequência do relato da "aventura" de ontem, recebi o apelo de uma leitora familiar do "Arbiru" (ele mesmo, o alferes Francisco Duarte) no sentido de lhe arranjar imagens do túmulo dele.
Aqui vão elas, tiradas há algum tempo no Cemitério de Santa Cruz, em Dili.
Satisfeita? A "loja" encerrou.... Rsss
terça-feira, 19 de março de 2013
segunda-feira, 18 de março de 2013
Em busca da casa perdida... em Lahane
Eu meto-me em cada uma!... E há quem ache que eu sou uma espécie de Indiana Jones sexagenário e empurra para mim com cada berbicacho... :-)
Explicando...
Uma amiga telefonou-me dizendo que tinha um amigo (pois... É sempre assim...) que tinha vivido cá com 3-4 anos... em 1946-48... O pai era então adjunto do Governador Óscar Ruas e ele lembra-se de que viviam numa casa na encosta debaixo do palácio de Lahane. Andou por ali de carro com amigos mas não descobriu nada que se assemelhasse àquela que tinha sido a sua casa. Resultado: "Prof. Serra! Você é capaz de o ajudar?!... Como anda sempre por aí a xeretar a cidade..."
Primeiro passo da missão: um S.O.S lançado no FaceBook deu como resultado duas contribuições principais (obrigado!...), ambas apontando para a zona à direita da estrada que do mercado de Ali Laran sobe para Lahane. "Não é aí! Tenho a certeza que era no lado esquerdo da estrada, por debaixo do palácio. Mas vamos lá ver essas casas."
E fomos. Uma era, nem mais nem menos, que a casa onde Xanana Gusmão foi preso pelos indonésios e a outra seria algures para os lados da antiga Assembleia (municipal) de Dili e local onde primeiro funcionou o Liceu, pouco antes da estrada que leva ao antigo hospital.
"Não é nada disto! É ali daquele lado! Naquela encosta!"
"Ok! Então vamos lá à procura da casa perdida..."
E fomos. Chegados ao que seria a rotunda junto do mercado onde se encontram as estradas de Taibessi, para Lahane e a que vem do centro da cidade, virámos para um caminho manhoso que por ali há à direita, numa zona onde no antigamente dos tempos havia um espécie de "república" de oficiais milicianos. Há tempos tinha andado por ali em busca desta "república" porque um dos meus amigos de infância viveu lá. Busquei e achei, claro... :-)
Só que desta vez meti-me por um caminho que me levaria mais para poente, mais para perto dos "baixos" do Palácio. Fomos andando até que o carro não podia avançar mais.
Aí estava um grupo de jovens e uma senhora quarentona ocupada a lavar os dentes :) e um indivíduo cinquentão... Ambos falavam um português muito razoável e conversa daqui, explicação dali, mostra de um desenho pelo ex-residente por acoli, o cinquentão disse que sabia onde era o local.
E lá fomos, encosta acima por trilhos conhecidos apenas dos residentes. Trilhos esses que me começaram a colocar dificuldades por serem cada vez mais inclinados e de uma terra que mais parecia barro... e por isso mesmo escorregadia. Lá fui andando mas depois apercebi-me que se subisse mais... corria o risco de vir a rebolar pela encosta abaixo. Tá quieto!...
E acabei por ficar a meio caminho enquanto o restante grupo avançou em direcção ao local da casa perdida. Por isso esta reportagem é quase... uma "não-reportagem" já que não tem a "prova dos nove": uma foto do que resta do local e que é pouco mais que um bocado da "sapata" em que a casa assentava e um ou outro bocado das paredes da dita cuja. Desta, nem sinal! Esfumou-se no tempo!
Mas pelo menos o meu amigo de ocasião ficou satisfeito com a sua quase certeza ("aí uns 80% de certeza, tendo em consideração o que me lembro do local e sua orografia") de que tinha voltado, 65 anos depois (credo!... Tanto ano!...), ao local da sua meninice. E que o marcou tão fortemente que apesar se ser muito novo e terem passado tantos anos, conseguiu recordar o essencial do local.
Boa!... Enviei depois um SMS à minha amiga dizendo apenas "Missão cumprida!" :-)
Explicando...
Uma amiga telefonou-me dizendo que tinha um amigo (pois... É sempre assim...) que tinha vivido cá com 3-4 anos... em 1946-48... O pai era então adjunto do Governador Óscar Ruas e ele lembra-se de que viviam numa casa na encosta debaixo do palácio de Lahane. Andou por ali de carro com amigos mas não descobriu nada que se assemelhasse àquela que tinha sido a sua casa. Resultado: "Prof. Serra! Você é capaz de o ajudar?!... Como anda sempre por aí a xeretar a cidade..."
Primeiro passo da missão: um S.O.S lançado no FaceBook deu como resultado duas contribuições principais (obrigado!...), ambas apontando para a zona à direita da estrada que do mercado de Ali Laran sobe para Lahane. "Não é aí! Tenho a certeza que era no lado esquerdo da estrada, por debaixo do palácio. Mas vamos lá ver essas casas."
E fomos. Uma era, nem mais nem menos, que a casa onde Xanana Gusmão foi preso pelos indonésios e a outra seria algures para os lados da antiga Assembleia (municipal) de Dili e local onde primeiro funcionou o Liceu, pouco antes da estrada que leva ao antigo hospital.
"Não é nada disto! É ali daquele lado! Naquela encosta!"
"Ok! Então vamos lá à procura da casa perdida..."
E fomos. Chegados ao que seria a rotunda junto do mercado onde se encontram as estradas de Taibessi, para Lahane e a que vem do centro da cidade, virámos para um caminho manhoso que por ali há à direita, numa zona onde no antigamente dos tempos havia um espécie de "república" de oficiais milicianos. Há tempos tinha andado por ali em busca desta "república" porque um dos meus amigos de infância viveu lá. Busquei e achei, claro... :-)
Só que desta vez meti-me por um caminho que me levaria mais para poente, mais para perto dos "baixos" do Palácio. Fomos andando até que o carro não podia avançar mais.
Aí estava um grupo de jovens e uma senhora quarentona ocupada a lavar os dentes :) e um indivíduo cinquentão... Ambos falavam um português muito razoável e conversa daqui, explicação dali, mostra de um desenho pelo ex-residente por acoli, o cinquentão disse que sabia onde era o local.
E lá fomos, encosta acima por trilhos conhecidos apenas dos residentes. Trilhos esses que me começaram a colocar dificuldades por serem cada vez mais inclinados e de uma terra que mais parecia barro... e por isso mesmo escorregadia. Lá fui andando mas depois apercebi-me que se subisse mais... corria o risco de vir a rebolar pela encosta abaixo. Tá quieto!...
Parte residencial do Palácio de Lahane
vista do meio da mata por debaixo.
Uma casa de pedra (mas não a "casa perdida"...) na encosta de Lahane
E acabei por ficar a meio caminho enquanto o restante grupo avançou em direcção ao local da casa perdida. Por isso esta reportagem é quase... uma "não-reportagem" já que não tem a "prova dos nove": uma foto do que resta do local e que é pouco mais que um bocado da "sapata" em que a casa assentava e um ou outro bocado das paredes da dita cuja. Desta, nem sinal! Esfumou-se no tempo!
Mas pelo menos o meu amigo de ocasião ficou satisfeito com a sua quase certeza ("aí uns 80% de certeza, tendo em consideração o que me lembro do local e sua orografia") de que tinha voltado, 65 anos depois (credo!... Tanto ano!...), ao local da sua meninice. E que o marcou tão fortemente que apesar se ser muito novo e terem passado tantos anos, conseguiu recordar o essencial do local.
Boa!... Enviei depois um SMS à minha amiga dizendo apenas "Missão cumprida!" :-)
domingo, 3 de março de 2013
Baía de Tibar: um tesouro a preservar ou a destruir?
A baía de Tibar fica a meia dúzia de quilómetros a ocidente de Dili e pelas suas características é uma das zonas mais bonitas do país.
Na sua parte mais oriental e mais perto de Dili fica uma pequena aldeia de pescadores com os seus barcos típicos, maiores que os "beiros" normais e todos equipados com motor e com um "tejadilho" de protecção contra o sol e a chuva.
Uma vez por outra dá mesmo para ver algum pescador com rede portátil tentando a sua sorte, carregando-a ao ombro preparado para a atirar.
Na zona mais ocidental da baía há um pequeno ancoradouro e um pequeno estaleiro naval que, com o colorido dos navios de pequeno porte ali atracados, dão uma cor especial a toda a região.
Pois é esta zona paradisíaca que parece estar em risco pois, ao que parece, é intenção do actual governo (como o era do anterior, da mesma "cor") transferir para ali o porto de Dili, encerrando o actual, "demasiado" no centro da cidade.
Lembro-me que nos governos anteriores a 2007 os planos eram diferentes, havendo a intenção de deslocar o porto ainda mais para ocidente, para a zona de Liquiçá, ao que parece com mais espaço e maiores fundos (a baía terá, parece, de ser muito desassoreada e limpa de parte do seu fundo de coral.
Na altura, os planos para a baía eram de a transformar numa (pequena) marina de apoio aos veleiros que cruzam a região a caminho da Austrália ou vindos do sul.
Por razões de defesa da paisagem da região esta parece-me ser uma solução muito mais "simpática".
Veremos o que o futuro reserva à baía de Tibar mas acreditamos que o bom senso prevaleça... Será? É que parece que houve muita gente bem colocada nos corredores do poder que andou a comprar terrenos na região com mira na sua valorização devido à instalação do porto.
Na sua parte mais oriental e mais perto de Dili fica uma pequena aldeia de pescadores com os seus barcos típicos, maiores que os "beiros" normais e todos equipados com motor e com um "tejadilho" de protecção contra o sol e a chuva.
Uma vez por outra dá mesmo para ver algum pescador com rede portátil tentando a sua sorte, carregando-a ao ombro preparado para a atirar.
Na zona mais ocidental da baía há um pequeno ancoradouro e um pequeno estaleiro naval que, com o colorido dos navios de pequeno porte ali atracados, dão uma cor especial a toda a região.
Pois é esta zona paradisíaca que parece estar em risco pois, ao que parece, é intenção do actual governo (como o era do anterior, da mesma "cor") transferir para ali o porto de Dili, encerrando o actual, "demasiado" no centro da cidade.
Lembro-me que nos governos anteriores a 2007 os planos eram diferentes, havendo a intenção de deslocar o porto ainda mais para ocidente, para a zona de Liquiçá, ao que parece com mais espaço e maiores fundos (a baía terá, parece, de ser muito desassoreada e limpa de parte do seu fundo de coral.
Na altura, os planos para a baía eram de a transformar numa (pequena) marina de apoio aos veleiros que cruzam a região a caminho da Austrália ou vindos do sul.
Por razões de defesa da paisagem da região esta parece-me ser uma solução muito mais "simpática".
Veremos o que o futuro reserva à baía de Tibar mas acreditamos que o bom senso prevaleça... Será? É que parece que houve muita gente bem colocada nos corredores do poder que andou a comprar terrenos na região com mira na sua valorização devido à instalação do porto.
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