Explicando...
Uma amiga telefonou-me dizendo que tinha um amigo (pois... É sempre assim...) que tinha vivido cá com 3-4 anos... em 1946-48... O pai era então adjunto do Governador Óscar Ruas e ele lembra-se de que viviam numa casa na encosta debaixo do palácio de Lahane. Andou por ali de carro com amigos mas não descobriu nada que se assemelhasse àquela que tinha sido a sua casa. Resultado: "Prof. Serra! Você é capaz de o ajudar?!... Como anda sempre por aí a xeretar a cidade..."
Primeiro passo da missão: um S.O.S lançado no FaceBook deu como resultado duas contribuições principais (obrigado!...), ambas apontando para a zona à direita da estrada que do mercado de Ali Laran sobe para Lahane. "Não é aí! Tenho a certeza que era no lado esquerdo da estrada, por debaixo do palácio. Mas vamos lá ver essas casas."
E fomos. Uma era, nem mais nem menos, que a casa onde Xanana Gusmão foi preso pelos indonésios e a outra seria algures para os lados da antiga Assembleia (municipal) de Dili e local onde primeiro funcionou o Liceu, pouco antes da estrada que leva ao antigo hospital.
"Não é nada disto! É ali daquele lado! Naquela encosta!"
"Ok! Então vamos lá à procura da casa perdida..."
E fomos. Chegados ao que seria a rotunda junto do mercado onde se encontram as estradas de Taibessi, para Lahane e a que vem do centro da cidade, virámos para um caminho manhoso que por ali há à direita, numa zona onde no antigamente dos tempos havia um espécie de "república" de oficiais milicianos. Há tempos tinha andado por ali em busca desta "república" porque um dos meus amigos de infância viveu lá. Busquei e achei, claro... :-)
Só que desta vez meti-me por um caminho que me levaria mais para poente, mais para perto dos "baixos" do Palácio. Fomos andando até que o carro não podia avançar mais.
Aí estava um grupo de jovens e uma senhora quarentona ocupada a lavar os dentes :) e um indivíduo cinquentão... Ambos falavam um português muito razoável e conversa daqui, explicação dali, mostra de um desenho pelo ex-residente por acoli, o cinquentão disse que sabia onde era o local.
E lá fomos, encosta acima por trilhos conhecidos apenas dos residentes. Trilhos esses que me começaram a colocar dificuldades por serem cada vez mais inclinados e de uma terra que mais parecia barro... e por isso mesmo escorregadia. Lá fui andando mas depois apercebi-me que se subisse mais... corria o risco de vir a rebolar pela encosta abaixo. Tá quieto!...
Parte residencial do Palácio de Lahane
vista do meio da mata por debaixo.
Uma casa de pedra (mas não a "casa perdida"...) na encosta de Lahane
E acabei por ficar a meio caminho enquanto o restante grupo avançou em direcção ao local da casa perdida. Por isso esta reportagem é quase... uma "não-reportagem" já que não tem a "prova dos nove": uma foto do que resta do local e que é pouco mais que um bocado da "sapata" em que a casa assentava e um ou outro bocado das paredes da dita cuja. Desta, nem sinal! Esfumou-se no tempo!
Mas pelo menos o meu amigo de ocasião ficou satisfeito com a sua quase certeza ("aí uns 80% de certeza, tendo em consideração o que me lembro do local e sua orografia") de que tinha voltado, 65 anos depois (credo!... Tanto ano!...), ao local da sua meninice. E que o marcou tão fortemente que apesar se ser muito novo e terem passado tantos anos, conseguiu recordar o essencial do local.
Boa!... Enviei depois um SMS à minha amiga dizendo apenas "Missão cumprida!" :-)
Não é um comentário, é um pedido.
ResponderEliminarO Sr. Graça, dono da Pensão Arbiru em Monsanto, junto a Fátima, gostaria de ter uma fotografia do túmulo do primo da avó dele, o Alferes Francisco Duarte. Dizem que está no cemitério de Santa Cruz. Será possível conseguir a a dita foto. Haverá descendentes do Arbiru em Timor?
Ricardo Nunes
contacto: Sara Cristina Paixão Graça
Olá! Sim! Tenho fotos da campa do Arbiru que poderei enviar mas tem de me enviar o seu endereço e-mail para u o poder fazer.
EliminarEnvie para aserra@iseg.utl.pt, sff