E a última "aventura" foi... em Oecussi! Mas outra anterior também se passou lá... Vou tentar fazer um "mix" das duas. Assim a modos que como um "coquitéil"!... Valeu?!...
A base foi a última viagem, "acabada de acabar"... ontem, 15 de Junho, às 5 da manhã. Depois de uma viagem de navio, o "Berlin Nakroma".
Diga-se que este navio faz o transporte de tudo um pouco: pessoas, vacas, cabritos, galos das lutas de galos e até lenha! As condições de transporte da maioria dos passageiros são precárias, com muita gente dormindo ao relento ou pelos corredores (a viagem dura umas penosas 12 horas porque o navio é um ronceiro do caneco!... Sorry!...).
Quem não está para isso e tem a po$$ibilidade de o fazer, faz um negócio manhoso com os tripulantes e viaja no que seriam as suas cabines. Com ar condicionado e em beliches, até se faz uma viagem aceitável. Foi o que me aconteceu ontem. Não preguei olho e aproveitei para preparar as minhas fotos e conversar um pouco na internet. Quando tinha sinal... E ver o ambiente e o luar...
Para terminar este capítulo "Nakroma" diga-se que na anterior estadia, porque a maré estava muito baixa, assisti a um espectáculo que raia o caricato: pessoas a desembarcarem em Oecussi com a prancha de desembarque bem afastada do pontão pois uma maior aproximação signiticaria o encalhar do navio. Resultado: ou se aventuravam por dentro de água com os seus pertences à cabeça ou esperavam que um pequeno beiro as transportasse à praia...
Para evitar situações semelhantes é que, numa oferta do Japão, se está a construir um terminal novo que fará destas imagens apenas uma página da "história"...
Novo porto de Pante Makasar vendo-se
(parte metálica ao fundo) a rampa a que
passará a acostar o "Nakroma"
Espectáculo dentro do espectáculo da estada do navio no actual local são as cenas de crianças a saltarem dele (quando a maré está alta) ou da ponte-cais (quando a maré está mais baixa) para a água. Quando vim a maré estava alta e eles atiravam-se "acrobaticamente" do navio, de uma altura de uns 6 ou 7 metros. Infelizmente não tinha a máquina fotográfica comigo... Quando vi o "espectáculo" eles atiravam-se da ponte-cais.
Adiante.
A viagem Dili-Oecussi foi feita de jeep. Uma viagem "dura", que com paragem para almoço na "zona de serviço" junto à ribeira de Loes e nas quatro fronteiras (2 em Batugadé e duas à entrada de Oecussi) que temos de atravessar, leva cerca de 7 horas. Uma "chateza" que o governo timorense ainda não conseguiu, apesar de alguns esforços tímidos, reduzir por os indonésios não sentirem nenhuma necessidade de facilitar a vida a quem passa em transito para ou de Oecussi...
A "área de serviço" perto da ribeira de Loes
A linha vermelha que assinala a fronteira entre
o Timor indonésio (à esquerda) e Timor Leste
em Batugadé/Mota Ain
A primeira surpresa após se cruzar a fronteira no sentido nascente-poente é o estado da estrada que a liga a Oécussi. Como que a querer dar uma bofetada de luva branca aos timorenses por terem ousado tornar-se independentes, a estrada foi arranjada e está toda arranjadinha, com sinais horizontais de demarcação das faixas de rodagem e tudo. Um (quase) luxo comparado com o estado da estrada em muitos quilómetros do percurso quer na parte ocidental de Timor Leste quer em Oécussi, onde logo à entrada somos recebidos por uma estrada "do tempo da outra senhora", empedrada.
O percurso na Indonésia tem poucos pontos de interesse mas vale a pena referir o porto de Atapupo e o relevo da região, pré-anunciando o que se vai ver no enclave.
Porto de Atapupo e restos de um barco de madeira |
O relevo no Timor Ocidental |
Como dissemos, o estado das estradas em Oécussi entre Sakato e a capital, Pante Makasar, é deplorável e exige uma solução urgente, pelo menos no que respeita ao percurso entre a fronteira e Pante.
A cidade apresenta a conhecida matriz urbana em quadrícula e é impressionante ver a visão dos "arquitectos" da cidade ao definirem avenidas e ruas em geral largas e que irão aguentar, sem grande dificuldade, o aumento de tráfego que surgirá se, como se espera, vier a ser implementado o "Master Plan" (porquê usar o nome em inglês para uma coisa que todos chamam, em português, "Plano Director"?) para o desenvolvimento do distrito.
Foi, aliás, para assistir à apresentação pública do mesmo pelo responsável pela sua coordenação, o ex-Primeiro Ministro Mari Alkatiri, que me desloquei a Oécussi na primeira vez (sem contar com uma ida em Dezembro de 2001 que me deu como brinde... dengue!).
Uma visão do futuro: Pante Makasar pós-Plano Director
Deixemos o Plano em si e registemos algum do ambiente que rodeou a sua apresentação bem como algumas contruções do tempo da administração portuguesa que merecem ser restauradas já que fazem parte do património histórico e arquitectónico da cidade e do país.
À cerimónia assistiu muita população, nomeadamente autoridades locais e, como não podia deixar de ser, houve também algumas exibições do folclore local.
Edifício, em ruínas, da antiga Administração portuguesa |
Edifício principal do colégio das Madres Dominicanas.
As obras do seu restauro devem começar em Setembro próximo
Mas para além destes momentos e edifícios, ficaram-me na memória a geografia da região e o nascer e pôr do sol e Pante Makasar.
Hoje ficamos por aqui...
Mas há mais no próximo episódio... Me aguardem... LOL
LINDO PAIZÃO!!!
ResponderEliminarBeijos grandes