A casa próxima da reunião da família foi a visita a Timor Leste de um sobrinho neto do "Vô" Serra, o Luís [Serra] Esteves, neto do seu irmão António. E não querem ver que ele é tão parecido com o "Vô" que até parece filho dele?!... "Sangue do meu sangue..."
Mas como não há reunião familiar que se preze sem comezaina, esta não faltou sob a forma de um dos pratos mais tradicionais de Timor: o tukir de cabrito feito "à maneira", isto é, nas canas de bambu.
A "estória" do petisco é mais ou menos assim: compra-se um cabrito a um vizinho e no dia ... pimba! Faca nele! Dispensei essa fase e organizei-me de modo a chegar a casa do vô depois de ela encerrada, já na fase em que estavam a esfolar o bicho, depois de terem insuflado o dito entre a pele e a carcaça para facilitar o trabalho de esfola.
Terminado este passou-se à fase de partir a carne aos bocados e de a temperar, basicamente com uma massa feita de alho e pouco mais.
Entretanto já se tinham preparado as canas de bambu que iriam receber o tukir para este ir "assar" na fogueira...
... canas essas que foram enchidas com a carne temperada e que depois foram tapadas com folhas de cravinho, essencial para lhe dar o gosto; tal como é essencial NÃO lavar as canas por dentro para que a película de um pó muito fino que as cobre sirva, também ela, de tempero.
E está na hora de as canas irem para a fogueira, onde vão ficar cerca de 1h 15m a "assar" com o tukir de cabrito dentro. A palavra "tukir" quer dizer, na verdade (salvo erro...) "estofado"...
Depois de feito é só despejar nas travessas ou servir nas próprias canas, sempre com muito arroz...
Claro que quando é servido por uma prima como esta tudo sabe ainda melhor. Uma curiosidade: esta minha prima é um exemplo de globalização... Rsss! Consegue reunir nas mesmas veias sangue português (do pai), timorense e... japonês (da mãe)... Uma mistura explosiva mas em coabitação pacífica, como se vê... ;)
São servidos?
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