sexta-feira, 13 de maio de 2016

Baucau - Viqueque BM

O título remete para uma viagem de ida e volta entre Baucau e a cidade de Viqueque, cerca de 65 kms a sul  de Baucau.



Há vários anos fiz este mesmo caminho em busca dos "mares do sul", do "tasimane", o "mar homem" por ser tendencialmente mais revolto que o da costa norte da ilha, o "tasifeto", "mar mulher".
Desta vez queria "somente" recordar algumas paisagens e ver se tinha havido evolução positiva na qualidade das estradas.

Quanto a esta, estamos conversados: tudo na mesma ou um pouco pior, em resultado de mais uns anitos sem conservação adequada. Na prática, encontra-se alcatrão até alguns quilómetros antes de Venilale (a cerca de 30 kms a sul de Baucau, que passámos ao lado por já conhecermos bem) mas depois disso encontrá-lo é procurar agulha em palheiro... Piso de pedra e pouco mais... Digamos que não é o mais confortável para os nossos "rinseses" mas... aguenta-se. Quem corre de gosto não cansa...





Estrada bordejada de árvores de teca, bem identificadas pelas suas folhas largas 
e normalmente amareladas

Passadas as grutas japonesas (a cerca de 25kms de Baucau), continua-se para sul e passa-se o desvio para Venilale, continuando-se mais para sul, a caminho de Ossu. Entretanto damos com as primeiras paisagens deslumbrantes da região (pelo menos nesta altura do ano, com o país coberto de arrozais). Um exemplo é o dos montes "Matebean" ("mulher" e "homem") "coroando" uma paisagem de arrozais.




As grutas podem passar despercebidas ao viajante pois estão quase cobertas de vegetação mas há, alguns quilómetros antes delas, uma placa na estrada indicando a sua proximidade. Essa placa indica também o caminho (com tanto de horroroso --- estrada --- como lindo --- paisagem) para duas lagoas, só uma delas (Uaidaba) visível da estrada. Será o tema da próxima viagem.



Uma das capelas mais antigas do país,
que já albergou uma das imagens sacras mais antigas de Timoor Leste

"Navegando" sempre para sul chega-se a Ossu. Esta localidade tem vários motivos de interesse --- nomeadamente para os timorenses e portugueses --- pois tem vários edifícios muito antigos e que interessa presevar. Conta, igualmente, com a novíssima igreja --- que nos parece algo desproporcionada em relação ao que imaginamos serem as necessidades locais.




Estrada da "tranqueira" de Ossu, lamentavelmente em muito mau estado de conservação, cheia de ervas e com a parede exterior exibindo uma bandeira da ONU que já devia ter sido limpa do local


Escudo português na frontaria da então (e ainda actual...) Administração local

Adiante...
O destino agora é Viqueque mas, principalmente, as "cascatas" de Loyuno,  na povoação do mesmo nome --- e que nos passaram despercebidas na "ida", tendo-as localizado apenas no nosso regresso a Baucau mesmo na borda da estrada.



Com esta conversa toda quase não referia uma das principais riquezas do percurso: a visão das montanhas da região, particularmente do chamado "Mundo Perdido".







E finalmente... Viqueque.

Depois de passada a sub-estação electrica local e percorridos poucos quilómetros, chega-se à cidade.
Confesso que fiquei indignado logo à entrada  quando deparei com este letreiro:


Um letreiro de indicação de localização de instituições escrito em inglês num país que tem duas línguas oficiais?!... E não há minguém que o substitua por um correto?!...

Danado, quis sair dali o mais rapidamente possível e um pouco mais adiante fiz "meia volta, volver"!...






E por hoje é tudo... Nem tive paciência para procurar a nova igreja, quanto a mim mais uma de dimensão injustificada (foto obtida em http://presidenciarepublica.tl/s-e-o-presidente-da-republica-tmr-participa-na-cerimonia-de-inauguracao-da-igreja-paroquial-imaculada-conceicao-em-viqueque/?lang=pt-pt )

1 comentário:

  1. Mais uma bela reportagem, que nos faz crescer agua na boca para conhecer estas paragens. Acabadinho de chegar do Suai (obrigado Prof. pelas suas preciosas indicações)e de visitar pormenorizadamente a aldeia de Suai Loro, cuja simpatia dos seus habitantes cativaram todos os elementos da expedição, não pude deixar de ficar indiferente relativamente a grandeza da sua catedral num contraste gritante com as mas condições da rede "viaria" da cidade....
    Mas isso, e como se costuma dizer, "são contas de outro rosario"... ate a próxima viagem prof.

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