É verdade! O que se segue é a primeira "estória" que me aconteceu em Timor durante as minhas estadas mais prolongadas.
Tempo e local: algures em Junho de 2001; Dili
No primeiro dia de trabalho no PNUD-Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, ali na "UN House", em Caicoli, fui apresentado aos meus novos colegas. O mapa mundo --- bem... Na verdade era (quase só) o hemisfério norte... --- estava ali à minha frente: uma "branca do Tuga" como eu --- Ói, Rosa!... ---, uma coreana, um inglês, um australiano, uma norueguesa, etc.
"Lunch time" e a Rosa organiza com os demais um "almoço de boas vindas" já nem sei muito bem onde. Salvo erro num restaurante tailandês muito em voga na época entre o pessoal da ONU.
Lá fomos e "calhou-me na rifa" ficar sentado ao lado da norueguesa, rapariga boa conversadora mas feinha que se farta (Ai Maromak: aquilo não se faz!...). Tão simpática, algum defeitozito ela havia ter né?!...
Na época estava muito em discussão a questão da língua: qual deveria ser a língua oficial do país. Uns defendiam a continuação do indonésio --- "é a língua mais falada, aquela que aprenderam na escola e na região quase todos a falam" ---, outros defendiam que deveria ser o inglês. Claro que ninguém "apostava" no português. Pelo contrário!
A minha colega norueguesa, depois de apoiar vivamente o indonésio, vira-se para mim e pergunta qual a minha opinião. Macaco velho, respondi-lhe: "Eu não tenho opinião! Quem tem de ter opinião são os timorenses! Eles que escolham o que acharem que é melhor para eles."
E ela insistiu: "Mas o português [já então a opção da liderança timorense] não faz sentido! Aqui à volta, nesta região, mais ninguém fala português! Porque é que eles hão-de escolher o português?!... "
Aí "passei-me" e perguntei-lhe "ingenuamente": "Pois... Mas já agora diz-me uma coisa: à volta da Noruega quantos países falam o norueguês?"
A conversa "morreu" ali... :-)
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