Os "internacionais" que trabalham em Timor Leste aproveitam normalmente as suas férias (algumas impostas pelos próprios serviços a bem da estabilidade psíquica dos funcionários, vivendo em condições que não são, em geral, as habituais) para conhecerem o Sudeste Asiático. Alguns vão à Austrália e (poucos) à Nova Zelândia.
O destino mais comum, por dar para ir apenas passar um fim-de-semana (nomeadamente se incluir alguma "ponte") é, porém, Bali. Ali se deslocam não só para "carregarem baterias" deixando para trás o ambiente algo "concentraccionário" em que por vezes se vive e trabalha em Timor Leste mas também para poderem ter acesso a bens e serviços que não existem no país, mesmo em Dili. Uma amiga minha teve de se deslocar a Bali para reforçar o seu "stock" de lentes de contacto e para resolver um problema dentário que lhe surgiu algo inesperadamente. As idas a Bali não são, pois, apenas para "lavar os olhos" com um pouco mais de "civilização consumista".
No regresso a Portugal acabei por lá ficar dois dias para visitar parte da ilha --- ainda por cima com bons guias... --- e para satisfazer uma "encomenda" de um dos meus filhos.
O dia combinado para o passeio começou com a ida a Sanur para ver o nascer do sol.
Depois fomos tratar da "encomenda" referida. Fã incondicional de Vespas (as de duas rodas!...) e estando dedicado profissionamente ao restauro de Vespas antigas, o meu filho não descansou enquanto não lhe encomendei em Bali uma reprodução de uma delas em tamalho natural e feita em vime (ratan).
Cumprida a missão aproveitámos para dar uma volta pela zona de Ubud e dos chamados "terraços de arroz" de Teggalaland.
Os terraços estavam espectaculares, com o verde vivo do arrozal plantado há pouco tempo e de toda a vegetação envolvente.
Um pouco mais para norte está um parque de elefantes do sudeste asiático, caraterísticos pelos seus "cocos" peludos na cabeça e que os tornam nos "beatles" da espécie....
Domesticados e treinados, são utilizados para passear os turistas, havendo um ou outro que faz umas "habilidades" como, por exemplo, pintar!...
Ubud, por sua vez, é a antiga capital de Bali e tem um ambiente bem diferente das zonas mais conhecidas dos turistas, nomeadamente dos "
doublé" de surfistas e/ou banhistas.
Situada no interior da ilha e, por isso, sem praia, a sua clientela é, em geral, bem diferente e com uma idade média mais alta do a que dos locais frequentados pelos surfistas; terá também, eventualmente, preocupações culturais diferentes.
Nela é conhecido, por exemplo, um alfarrabista que vende livros "em conta" e que tem nas prateleiras um aviso que bem poderia ser seguido por outras lojas: "Roubar traz-lhe um mau
karma; não arruíne a sua próxima reincarnação"!...
A cidade é conhecida por ter uma "monkey forest" habitada por muitos macacos e por ter também, além do antigo palácio real, muitos templos (hindus), das mais diversas dimensões mas todos em estilo balinês, onde sobressaem os tijolos e a pedra vulcânica profundamente rendilhada.