domingo, 31 de julho de 2011

"LOVe"!...

Rsssss!... Escrevi o título desta 'entrada' e estou sorrindo porque sei que o leitor está a pensar "LOVe? O que é que este quer?!...". Rsss!
"Carma", gentjiii!... "LOVe" é apenas... um produto turístico!... Ah! Ah! Ah!...

Eu "expilico"!...

Setúbal, a terra que me viu nascer e onde ainda moro, é a capital da "Região dos 3 castelos". Pois "LOVe" não é mais que a "região dos 3 castelos" de Timor-Leste... Ou, se quiserem, a "região das 3 tranqueiras", a que a vox populi por aqui chama, por vezes, de "castelo"! E quais são eles? Laga, Ossu e Venilale, pois claro!... Com uma belíssima base de apoio que é a Pousada de Baucau.


Mas como "produto turístico" "LOVe" precisa de muito trabalho prévio até se tornar uma verdadeira realidade.
As "tranqueiras" em questão estão, com excepção da de Venilale, completamente votadas ao abandono mas nem precisam de grande investimento para estarem "apresentáveis". Basta uma pequena "lavagem de cara" traduzida numa coisa tão simples como "capinar" os respectivos interiores, limpando-os das ervas que as ocupam --- em Ossu quase cobrem uma pessoa...

A de Laga tem as suas paredes exteriores bem conservadas mas a habitação que existiu no interior está em ruínas --- e assim deverá ficar, claro!


Os arredores da tranqueira são muito bonitos, especialmente na época da sementeira do arroz mas mesmo agora, com a colheita quase completa, tem a sua beleza (dourada).


Mas há mais: dali perto têm-se vistas admiráveis dos dois "Matebian" ("mulher", à esquerda na foto em baixo, e "homem"), os montes sagrados de Timor Leste.


Mais coisas há que ver por ali, desde paisagens com casas tradicionais até ao que resta do edifício da antiga administração portuguesa e que poderia ser aproveitado para, com o apoio técnico da Pousada de Baucau, servir de ponto de apoio aos turistas na região.

A segunda letra do "LOVe" é o "O" de Ossu.



Com uma traça que faz lembrar a de Laga, é a que está em pior estado de conservação. O matagal no seu interior é alto e não se compreende porque é que a Timor Telecom, que julgo ser a proprietária da enorme torre de transmissões que está encostada à tranqueira --- não havia outro local para a colocar, nem que fosse uns metros mais para a esquerda ou para a direita?!... --- não toma a iniciativa de, a bem da preservação do património histórico do país, pagar a alguém um punhado de dólares para capinar todo o terreiro e depois mante-lo limpo. Com uns 200 dólares faziam a festa, quase de certeza...

Nas proximidades da tranqueira há mais coisas de interesse, todas construções do tempo da administração portuguesa, incluindo um bocado de um aqueduto ainda relativamente bem conservado.


A viagem para Ossu tem um "bónus": os cerca de 15 kms entre Venilale e Ossu. A estrada é uma autêntica montanha russa e deve ser forte candidata a pior estrada do país --- pelo menos entre duas localidades com alguma importância.


A verdade, porém, é que proporciona vistas de quase reter o fôlego, nomeadamente das montanhas da região e mais além.


E de repente proporciona-nos também encontros inesperados do primeiro grau!


E chegamos ao "Ve" de Venilale.

A tranqueira local, porque está a ser usada pela administração timorense, encontra-se em bom estado de conservação.


No percurso entre a tranqueira e a ponta oposta da rua, podem ver-se as ruínas (que pena!...) de algumas casas de habitação de funcionários da administração portuguesa e, no extremo da rua, a "Escola do Reino de Venilale", recuperada há alguns anos pela SWATCH mas a necessitar de uma pintura com tintas que tenham em conta a extrema humidade da região para que tudo não acabe como está agora: um aspecto deplorável.


São estes os "3 castelos" da versão timorense da "região dos 3 castelos".
O que há a fazer para tornar este um "produto turístico" interessante? No mínimo "lavar a cara" a todas as instalações que disso necessitem, criar uma brochura explicativa de cada uma (suas características, história, etc) e da sua envolvência e criar alguns pontos de apoio com um mínimo de qualidade para o turista. Alguns edifícios da antiga administração portuguesa servem perfeitamente para o efeito desde que o Estado timorense assuma os custos da sua recuperação e adaptação e encontre depois, sejam empresários privados sejam associações de moradores nos locais, que façam, com algum apoio, a manutenção e exploração dos locais.

Mãos à obra, Sr. Ministro?

domingo, 17 de julho de 2011

Uma curtinha quase só para matar saudades...

Domingo, cerca das 8h da matina: toca a sair de casa e pegar no pópó para ir dar uma "curva ao bilhar grande"... Esta cidade, nomeadamente para quem já está aqui há vários meses, torna-se asfixiante aos fins de semana --- a não ser que haja "trabalho de casa" para fazer.
Uns preferem apanhar o avião e arejar os dólares em Bali; outros, como eu, "pelam-se" para meter o pé na estrada --- que é como quem diz, sentar no volante e trepar as montanhas do país.
Assim sendo mas porque não tinha muito tempo disponível, resolvi meter-me pela estrada para Aileu e dar 180º ao volante quando me apetecesse.

Mas o homem põe e a bateria do carro dispõe! 100mts à frente do aparthotel onde estou alojado, não longe do Hotel Timor, a danadinha fez-me a partida! Aproveitando-se de uma pequena paragem por causa de um sinal vermelho, fechou os olhos e "morreu"!...
"E agora?!... Tou feito!...". Oque vale é que ainda consegui que num último soluço saísse do meio do entroncamento em que me encontrava, só tendo tipo tempo de quase me "atirar" o mais possível para cima do passeio.
E o cheiro?!... Fui parar quase em cima de um depósito de lixo que tresandava... De vez em quando retiram o lixo mas lavar o dito cujo, nem pensar!... Estou desconfiado que nem moscas havia... Deviam ter morrido todas com o cheirete!... Brrrr!...

Nestas coisas salva-me sempre o meu "canivete inglês": o meu primo Ricardo Leiria! Telefonei-lhe a pedir socorro, claro. Estremunhado --- parece que ainda oiço o pensamento dele na altura: "quem será o desgraçado que me acorda a estas horas num domingo de manhã?!..."  ---, ouviu-me a minha lamúria sobre a minha "desgraça" e saltou da cama. Ai dele que não o fizesse!... :-) Afinal promovi-o a "canivete suiço" para quê?!... :-)
Passado uns 20 mins apareceu ao pé de mim. "Tem cabo para ligar as baterias?" Qual quê! Não tem nada!... La hia!
Passou um amigo que perguntado sobre o cabo deu a mesma resposta... "Não tem". Uns timorenses que estavam ali por perto tratando do seu carro, idem, idem, aspas, aspas...
Não nos restou outra solução que não fosse metermo-nos no carro dele e tentar encontrar uma loja que estivesse aberta àquela hora (cerca das 8h30m) e tivesse cabos à vemda.
E não é que encontrámos?!... 45 "paus"!... Toma! "Quer um saco, senhor?!..". "Não, obrigado", e lá ficou o chinês indonésio todo satisfeito com o primeiro dinheirinho do dia... Só faltou roçar as notas pelas prateleiras para dar sorte... :-)

De volta ao carro e feita a devida ligação... trrrr! trrr!.... Bruuummmmmm! Já está!... Agradecimentos feitos, "ah pernas para que vos quero!..." o que, traduzindo para linguagem de carro, significa "ah rodas para que vos quero!...".
E lá fui a caminho da montanha. A montanha! O verde! Maravilha! Ar puro!...

A certa altura parei para ver Dili a meus pés...


Aproveitei o espaço disponível na estrada, ali um pouco mais larga, e inverti a marcha, tomando o caminho de volta à cidade.
Como para baixo todos os santos ajudam, fui parando aqui e ali para tirar uma ou outra foto mas a primeira paragem foi para comprar plantas para o jardim do aparthotel.
Depois foi mais uma pequena paragem para fotografar as obras de fortalecimento da encosta antes da reconstrução da estrada.


Esta estrada para Aileu é um dos itinerários principais que precisa de grandes reparações em alguns pontos do percurso.


Parece que as obras começarão no próximo ano, usando um financiamento do Banco Asiático de Desenvolvimento. Para mim é essencial o envolvimento destas entidades internacionais pois creio que, com ele, é mais fácil garantir que a obra feita seja de qualidade e não para durar duas ou três épocas de chuva e depois "pingar" mais "algum" para arranjar tudo de novo...

E finalmente cheguei ao ponto que mais procurava: o local da estrada em que, do alto, se tem uma melhor perspectiva sobre o Palácio de Lahane, agora totalmente recuperado depois de os indonésios lhe deitarem fogo, no que terá sido a sua última acção em Dili no próprio dia da partida, em fins Outubro de 1999. Para a "petite histoire" fica o facto de o momento ter sido presenciado por um oficial da Marinha Portuguesa, "doublé" de diplomata, que tinha sido cá colocado, "meio à surrelfa", para que um representante oficial de Portugal estivesse em Timor no momento da partida dos indonésios. (Um abraço, MC! Valeu!)


Continuando a descida passei em frente do Palácio e vi que o portão estava entreaberto. Aproveitei e escapuli-me lá para dentro o suficiente para tirar uma foto ao nível térreo.


Depois foi o regresso a "casa" sem mais complicações e sem mais fotos...
"Passar bem...", como dizem os nossos primos brasileiros... Pelo menos os das telenovelas "de época" :-).

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Inspector Maigret... :-)

"Só me saiem duques!..." :-) Então não querem ver que um "amigo" meu do FaceBook deu, na papelada do Arquivo Histório Ultramarino, com o desenho de um fontanário algures em Dili? "Calcorreante" recente da cidade sem ter dado conta do dito, foi ao FB gritar por "Socorro!... Quem sabe se isto foi construído e se sim, onde está?!..."

O primeiro a responder à provocação foi o amigo comum Vítor Murteira que publicou uma foto que peço licença para reproduzir aqui:



Olhando para a foto e com mais algumas indicações recebidas percebi que, ao contrário de alguns "palpites", não se estava perante o cruzamento de Colmera e a Avª Mouzinho de Albuquerque (devolvam a placa toponímica, seus malandros!...) mas sim, porque mais estreita que a anterior, perante a rua onde está actualmente a Catedral de Dili e que liga à "Estrada de Comoro". O cruzamento que se vê é com a Rua de Colmera e no lado direito está agora o novo edifício dos serviços centrais de "Terras e Propriedades". Ou será o de "Registos e Notariado"? Ou os dois? :-) As "palhotas" que se vêm na foto do VM foram agora "promovidas" a sede da Procuradoria Geral da República... Com uma melhorada substancial, é claro, mas com as inevitáveis colunas dóricas... :-)

O pior é que eu, que passo por ali quase todos os dias, não me recordava de ter visto tal fontanário. "Picado" pela questão levantada não descansei enquanto não meti o rabinho no carro e fui em demanda do dito fontanário.
E não é que o safado está mesmo no local onde eu o imaginava?!...



Mal tratado, não está? E no entanto, se com água e tudo, poderia ser um pólo de abastecimento de água na zona. Quem lhe deita a mão?!... Melhor: quem ajardina aquele jardim?

sábado, 23 de abril de 2011

Quem quer peixinho fresco de Ataúro?!...

Sábado de manhã, de super-super-fim-de-semana que, começando na quarta-feira à tarde se vai estender até segunda!
O que fazer sem ser o que os outros "todos" fizeram e que foi ir para Bali? Dar umas "curvas" (literalmente...) por aí.
Ontem, sexta-feira, foi dia de ir até ao "Vô" Serra, que não visitava há cerca de um mês.


A estrada até Maubara está cada vez pior, com buracões cheios de água que obrigam a cuidados suplementares porque nem podemos calcular a profundidade dos buracos. Num deles "caí" literalmente dentro dele a uns quanto kms/hora e foi um "banho"...

Chegado a casa do "Vô" estivemos na conversa mais de uma hora e vi a sua nova "aquisição": a planta de baunilha, uma trepadeira, está com flores e vagens. Ele explicou-me que quando as flores aparecem e não havendo bicharocos que façam a polinização, o homem tem de intervir... O que me fez lembrar a velha definição de um aluno que disse que "na inseminação artificial o veterinário substitui o boi"... :-) De facto, a fecundação das flores é feita pelo homem, aplicando uma técnica primária mas eficaz: espetar um pau na flor!


A verdade é que a planta está cheia de vagens que mais tarde, depois de secas, dariam bom rendimento se vendidas. E dão o cheiro agradável bem nosso conhecido.



E chegou a hora da partida. Descendo a montanha, vi uma família de timorenses (casal e 5 filhos!...) a quem acabei por dar boleia pois calculei que fossem para Maubara e ainda estavamos a uma boa distância. Além disso a senhora levava pendurada nas costas mas presa com a alça na testa, uma enorme cesta cheia de bananas! A pé levariam, provavelmente, mais de uma hora a descer a montanha. Lá entraram todos no carro e vieram comigo.
Afinal nem era para Maubara que íam mas sim para uns 5 kms mais adiante. Ficaram a bendizer o malae, certamente... :-)

A caminho de Dili, talvez a meio caminho entre Maubara e Liquiçá, dei com algo que sabia existir mas nunca tinha visto: uvas! Infelizmente eram um bocado amargas porque não tem estado sol suficiente e a chuva em excesso que tem caído também contribui para o resultado.


Mesmo assim estava disposto a comprar um kilo (2 dólares; cerca de 1,4 euros) mas nem eu nem o vendedor tínhamos trocado! Paciência!

Já depois de Liquiçá, uma das pontes da região foi abaixo e estão a construir uma nova. Já está feita toda a "teia de aranha" de sustentação da ponte para o enchimento da mesma.


Por fim, de regresso a Dili, não sem antes ter de passar pelas curvas que separam Tibar da capital, zona "povoada" de rochas na estrada devido aos deslizamentos de terras que têm acontecido na região devido à abundância e intensidade das chuvas nesta época.


E eis-nos chegados ao "sábado de aleluia"! Hoje de manhã, aproveitando uma nesga de sol, fui dar uma volta e descobri duas "novidades" quase frente à Casa Europa, a antiga "Intendência": um relógio urbano ainda em montagem e uma cena que já tinha presenciado noutra ocasião: a descarga de peixe vindo de Ataúro para abastecer a cidade.


O curioso do relógio, oferecido por uma empresa à cidade, é que a marca do mesmo, pouco vulgar, é o nome de uma grande amiga minha que vim conhecer em Timor Leste e que muito admiro pelo seu trabalho à frente de um projecto de produção de materiais de apoio ao ensino usados em todo o país. Claro que me "armei em bom " e enviei logo uma mensagem para ela dizendo que tudo tinha sido feito graças às minhas influências e para a homenagear!... LOL ! Mentirinha boba... :-)

Quanto à cena da descarga do peixe, aí ficam algumas fotos legendadas e que contam a "história" toda...

 O peixe vem de Ataúro em "corcoras"...

... de onde é transferido para os beiros que o leva a terra...

... onde é amontoado antes de ser disposto nas "cordas" que serão
penduradas nos varapaus de transporte
aos ombros dos vendedores


Amanhã é outro dia...

sábado, 2 de abril de 2011

Baucau e seus arredores...

Há uma semana, aproveitando o facto de estar na Pousada de Baucau o meu amigo de infância Henriques de Jesus, "meti rodas a caminho" e fui (fomos) até Baucau. O projecto era ir rever a minha "modelo" de há uns 3-4 anos, a Nafreana, que mora na estrada de Venilale a fim de lhe tirar a foto deste ano e, no domingo de manhã, ir até Laga para ver como estavam os campos de arroz que tanto me tinham impressionado há cerca de um mês, na viagem que inesperadamente fiz a Baguia e relatada noutro local.

A viagem de Baucau para Venilale decorreu debaixo de chuva mas mesmo assim deu para tirar umas fotos interessantes. Nomeadamente esta mãe e as filhas que se protegiam da chuva com folhas de bananeira, um modelo muito ecológico de guarda-chuva. E com a vantagem de ser "made in Timor Leste" e não importado da China...


Chegado a casa da Nafreana, foi a desilusão: a mãe reconheceu o meu carro e veio ter comigo e disse-me que ela estava agora a estudar em Ossu. Lá se foi a possibilidade de tirar mais uma fotografia dela. Há alguns meses atrás tinha lá estado e ela também não estava pois tinha vindo para Dili! Eu ao encontro dela e ela ao meu desencontro... Mas deixei com a mãe uma moldura em que tinha colocado as várias fotos dela ao longos dos últimos 3 anos. A mãe ficou, claro, encantada...


A criançada da vizinhança reconheceu-me também e veio pendurar-se no carro fazendo as macacadas do costume.
A casa da Nafreana fica num local muito aprazível, rodeada de arrozais em socalcos, socalcos esses que na região existem em vários locais.


Os arrozais estendem-se quase até Venilale e fui tirando fotos ao longo da estrada, uma forma de passar o tempo pois a mãe da Nafreana tinha dito que estava à espera dela.


A 2 kms de Venilale voltei para trás e parei novamente junto da casa para ver se a moçoila tinha chegado. Nicles, batatóides! De Nafreana nem sinal. Acabei por me meter de novo à estrada e regressar, ainda debaixo de chuva, a Baucau. No caminho tive de passar pelo "buraco da agulha" criado pela queda de uma árvore de grande porte.



Domingo amanheceu com o céu todo encoberto mas não chovia. Depois de "matabichar" meti-me à estrada e lá fui eu a caminho das duas zonas que queria ver e fotografar: a baixa do Seissal e Laga. O sol, entretanto ía aparecendo "afastando" uma parte das nuvens.

A zona do Seissal estava linda, com os campos de arroz semeados há pouco tempo e verdinhos, verdinhos, como só um arrozal consegue ser. Aqui e ali ainda havia pessoas a trabalhar nos campos. Alguns camponeses usavam agora, em substituição dos búfalos para pisotearem o terreno de cultivo, os motocultivadores que o Governo comprou e cedeu a alguns deles.


A planície do Seissal proporciona também imagens espectaculares dos dois Matabean: o "feto" (mulher), à esquerda, e o "mane" (homem), à direita. Por vezes consegue-se mesmo fotografá-los reflectidos na água dos arrozais.


Chegado a Laga, recordei a imagem da igreja local, onde decorria a missa matinal.


Antes de ir a Laga tinham-me também falado na "tranqueira" local. Perguntei onde era a uma moça que por ali estava mas ela ou não sabia ou não me compreendeu. E fiquei na mesma.
Segui então para apanhar a estrada para Baguia, de onde, um mês antes, tinha tirado umas fotos muito boas dos terrenos preparados para receber as plantas de arroz.

Acima e abaixo: a mesma área da várzea da ribeira de Laga
no início e no fim de Março/2011

Na zona de onde tirei as fotos há um conjunto de casas de tipo tradicional ("melhorado") da região. É em Butufalo de Laga (8º 28',633 S + 126º 36',09 E + 65mts), de onde se vê também uma paisagem espectacular dos dois Matabean, o "feto" mais próximo, e o "mane", logo a seguir.




A primeira parte da "missão" em Laga estava cumprida. Faltava dar com a "tranqueira". De regresso a Laga, vi na estrada um "katuas" que pensei ser boa fonte de informação. E assim foi: indicou-me que mais adiante estava um desvio para a esquerda que permitia chegar até lá. E lá fui eu mais o meu "Jaquim" ladeira acima até chegar a um planalto por cima da povoação. "Esta gente sabia onde colocar este tipo de edifícios", foi o meu primeiro pensamento: num alto, dominando a paisagem em redor e os acessos.


As muralhas da "tranqueira" estão bem conservadas mas a casa de habitação no interior está em ruínas. A planta do "castelo" é interessante pois em dois cantos diagonalmente opostos, permitindo cada um controlar dois lados do quadrado, há torreões redondos que embora baixos são eficazes na sua função de vigia.

Mas o que mais me admirou foi a existência, a poucos metros da construção abaluartada, do edifício da antiga Administração portuguesa. É um edifício que tem sinais de ter sdo utilizado pela tropa indonésia e isso terá ajudado a salvá-lo da ruína quase certa, como o que aconteceu com as residências de funcionários existentes em Venilale.


Trata-se de um edifício (facilmente?) recuperavel para turismo, por exemplo para uma pequena estalagem/parador quer para beneficiar da vista, espectacular, que dali se tem e permitir a visita da região quer para apoio aos que, de Dili, procuram a ponta leste da ilha, nomeadamente Tutuala e o Jaco.




Terminada a "romaria", estava na hora de regressar a Baucau. E foi no caminho de regresso que mais uma vez me deleitei com a visão dos arrozais, dos Matabean e... não só!