sábado, 29 de agosto de 2009

Fim de semana em Bali...

... onde acabo de comprar um relogio (cade^ os acentos?!...) Armani, com duplo mostrador (hora local e de Portugal), cujo vendedor, meu conhecido de ha' varios anos, diz ser "garantidamente falso"... Boa!...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

E finalmente!...

Domingo! Dia de regresso "a casa", em Dili.
O dia amanheceu com um céu lindo, como já tenho visto outras vezes naquelas paragens.


Depois de "matabicharmos" lá fomos nós em direcção à praia de Baucau, a minha preferida de quantas conheço em Timor (mas também confesso que não conheço assim tantas como isso...).
O caminho é interessante pois de um dos lados da estrada há, aqui e ali, arrozais em socalcos que, quando verdes (agora, infelizmente, já estão quase secos), são muito bonitos, quase "desenhados a tira-linhas".

Chegados à praia, uma surpresa: um sinal vertical alerta para a possível presença de crocodilos. Parece que há algumas semanas terá sido visto um que terá atacado um pescador mas sem consequências de maior.

"Lafaeks" não havia, mas na falta deles lá estava o inevitável grupo de "labariks" mirones, empoleirados em cima do que foi antigamente um posto alfandegário português, há muito abandonado.

Mas lá estava também aquele marzão de Baucau e as palmeiras inclinadas sobre a praia, como que a cumprimentarem-nos.


Apesar do aviso contra a (eventual) presença de crocodilos não resisti a dar um mergulho mas não sem antes pedir ao meu primo que, se visse um crocodilo... o avisasse de que eu estava por perto, pelo que deveria ter cuidado!... :-)
Retemperado com uma banhoca às 9h da manhã, regressámos à Pousada, não sem antes nos despedirmos da praia onde estacionam normalmente os pescadores da região. Chamou-nos a atenção o facto de estes se afastarem da costa bem mais do que estamos habituados a ver perto de Dili e noutros locais.

Cerca das 10h40m partimos de Baucau em direcção a Dili. O caminho não tem grande história, a não ser a travessia do quase-deserto que é a parte norte do distrito de Manatuto, as duas travagens de "prego a fundo" que tivemos de fazer por causa de dois buracões --- pf!... ainda me cheira ao queimado dos pneus... :-) --- a visão, sempre agradável, da igreja de Laleia...

... da costa do "subão...

... e, já na zona de Metinaro, da "praia do dólar".

13h10m: fim (à volta da mesa, claro...)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Way back...

Depois de "tocar" no "tasi mane", eram horas de regressar, não à origem (partiramos de Dili) mas a Baucau, onde pernoitaríamos na Pousada, já minha conhecida de tantas outras estadas.

Pelo caminho, nem sempre fácil devido ao estado das "estradas" naquela região, fomos "bisando" as paisagens mas a verdade é que, se aparentemente tudo era igual, elas nos pareciam (algumas, pelo menos) agora diferentes sob a luz amarelada do entardecer.


Para "lavar os olhos" de alguma "secura" que se via, lá aparecia, de vez em quando, um extenso arrozal, verdejante e com as espigas do arroz da segunda sementeira bem desenvolvidas.

O que nos chamou a atenção foi a existência, de quando em quando, de algumas "bancas" ao longo da estrada vendendo produtos hortícolas e deixando adivinhar a significativa pobreza de muitas pessoas e a falta (ou, pelo menos, a grande dificuldade) de acesso a dinheiro vivo, já que a economia daqueles locais parece estar muito pouco monetarizada (desculpem o "olhar" de 'banqueiro central' a tempo parcial...)


Curioso foi termos visto, num ou noutro local, o famoso "milho da fome", as espigas que estão penduradas em árvores para as proteger dos ratos e que servirão de alimento se e quando os alimentos quase se esgotarem na família.


Chamou-nos também a atenção a quantidade de pessoas, principalmente crianças, que àquela hora, agora mais fresca, se dirigiam às fontes espalhadas oelo caminho para se abastecerem de água.

Finalmente, depois de cerca de três horas e meia de caminho, chegámos à vista de Baucau e dos famosos montes Matebian ("feto" e "mane", isto é, "mulher" e "homem", aquele à esquerda do primeiro e um pouco mais baixo que ele.

Matebian feto e Matebian mane

Matebian mane

A primeira (e mais longa) das duas jornadas estava terminada. Ao fim de 12 horas quase "sempre a andar". Domingo de manhã seria a visita à praia de Baucau, uma possível banhoca e o regresso a Dili.
Mas isso fica para amanhã. Ou depois...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Por terras de Baucau e Vikeke

Na viagem que fiz em demanda da costa sul e de um local onde pôr os pés de molho no "tasi mane" passámos por locais e paisagens bem interessantes, algmas das quais foram uma descoberta para mim, sendo que outras já conhecia, como o percurso entre Baucau e Venilale. Daí em diante tudo foi novo para mim.

Começou com a visão, mais de perto, do monte "Mundo Perdido", cheio de lembranças da luta de resistência à Indonésia e coberta por uma vegetação que em certos momentos me fez lembrar a "minha" Arrábida.

Ainda a pensar na paisagem deslumbrante do "Mundo Perdido" chegámos a Ossu, tendo sido recebidos, logo à entrada da vila e "com pompa e circunstância" (mais um pouco e ficávamos lá dentro...), por um dos maiores buracos que encontrámos na estrada (8º 44',27 S e 126º 22',35 E; 770mts).

Continuando a subir a caminho de Vikeke passámos pelo chamado "buraco de vendo", uma curta distância onde o vento é tão forte, tão forte (e frio...) que desisti de abrir a porta do carro (do lado nascente, de onde soprava o vento) e tirei a foto mesmo de dentro do jeep. Uma paisagem espectacular!... Um vale enorme que se estende até terras de Lospalos, com vários socalcos onde se via plantado arroz (a segunda sementeira do ano).


Por montes e vales (ou, melhor, por montes e buracos...) lá fomos andando até chegarmos às famosas cascatas de Loihuno, onde o Tour de Timor faz (hoje) uma escala. É mais um espectácuo lindo, com uma vegetação luxuriante e, pasme-se, um aproveitamento das águas para piscicultura.Depois de mais uma curta paragem e de umas quantas fotos seguimos para Vikeke, onde chegámos "com a barriga a dar horas" cerca das 13h. Procurámos um restaurante e descobrimos um um pouco menos "manhoso".
Comemos o que havia --- comida timorense, claro, relativamente saborosa --- e pagámos o já esperado "preço para malai": 5 USD por pessoa, quando os meus colegas timorenses pagariam cerca de 1,5 USD... Mas como, nestas coisas, procuro sempre olhar para elas com uma perspectiva de "banqueiro central" (ena! ena!...) especialmente interessado em pôr o dinheiro a circular, paguei sem reclamar... Provavelmente foi por isso que a "estalajadeira" se riu desta maneira... Ou será (mentirinha minha mas faz de conta porque poderia ser...) porque eu lhe "disse" que íam tapar todos os buracos da estrada entre Venilale e Vikeke? (recordo que este diálogo NUNCA existiu... Sou só eu a imaginar coisas...)

Com o estômago mais confortado, voltámos aos nossos "queridos" buracos na estrada em direcção a sul, ao "tasi mane", passando por uma zona (Ratahu) de palmar de um lado e do outro da estrada, com as palmeiras como que "abrindo alas" em sentido para nos deixarem passar. Afinal nós merecíamos, tal o "estoicismo" de que demos provas no caminho...


E finalmente, já quando quase desistíamos de ver o "bendito" "mar macho", chegámos a Adarai e à sua praia. Mas isso já vocês sabem...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Consegui!... Consegui!...

Pois é! Consegui, finalmente e apesar dos meus mais de quatro anos (por junto...) em Timor Leste, pôr os pés de molho no "tasi mane", isto é, numa praia da costa sul.
Tal feito, que contou com a colaboração preciosa do meu companheiro destas "aventuras", o meu primo RL, foi alcançado no sábado passado na povoação e praia de Adarai (8º 54' S e 126º 31' E), no distrito de Viqueque.



Claro que tivemos "público assistente": um magote de crianças da terra para quem dois malais, "armado" cada um com uma máquina fotográfica "mais que conspícua", é coisa do outro mundo, a merecer gritaria reivindicando "Foto! Foto!...". E nem serviu de nada querermos tirar uma individualizada a uma ou outra criança porque logo as outras todas se encarregavam de se colocarem ao lado ou atrás dela...


Mas esta viagem teve outro "must" para mim e que valeu as cerca de 9 horas de carro (325 kms) que fizemos e os "trocentos mil" solavancos que demos por causa dos buracos da estrada (ou, melhor, "estrada"): foi ter reencontrado uma miúda de cerca de 11 anos que já havia visto e fotografado no ano passado perto de um arrozal na povoação de Bercoli, entre Baucau e Venilale (8º 35',71 S e 126º 23',18 E; altitude: 635 mts).
E esta, hem?!...

Foto em 10.Agosto.2008

Foto em 22.Agosto.2009

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Não resisto a fazer publicidade...

... do (meu, AS) blog sobre a economia de Timor Leste. A última "entrada" tem, acredito, interesse para quantos consultam este mesmo blog à espera de encontrar informações sobre o país e suas "estórias".
Espreitem aqui, sff. É um texto sobre alguns aspectos da organização económica e social da sociedade timorense. Comentários e achegas serão bem vindos! E desculpem a publicidade...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Fiel amigo... :-)

Fiel amigo?!... Qual? Este?!...


NÃOOOO! Este!


É!... Fidelíssimo! Há anos e anos que lá está, impassível, à nossa espera!... Um pouco a seguir à lagoa de Maubara (para quem vai de Dili), junto a uma escola (coordenadas: 8º 36',42 S e 125º 14',46 E). Basta olhar para os sinais de travagem para perceber que a lomba aparece totalmente de surpresa, agora (há cerca de 2-3 anos) menor graças ao sinal vertical que a assinala. Durante muitos anos havia apenas uma palavra escrita por alguém na estrada avisando do "DIP". Normalmente tarde demais, pelo que os carros "voavam" a alta velocidade e os passageiros batiam com a cabeça no tejadilho... Para gáudio da criançada que por vezes se junta na berma da estrada para gozar o espectáculo!...
Este e muitos outros buracos das estradas de Timor Leste são outros tantos "fiéis amigos" que nos esperam um pouco por todo o lado sem que se compreenda muito bem porque insistem... em não os arranjar. Será por já serem autêntico património histórico? :-) Será para servirem de justificação para se comprarem tantos "fó-bai-fó" (4x4), como diz uma boa amiga?

Qualquer dia meto-me à estrada com o meu GPS e refaço o mapa das estradas do país assinalando o local destes "amigos" omnipresentes. Com uma dupla utilidade: para os apressados, servirá de "manual de prevenção" contra obstáculos; para os turistas, será mais um guia do tipo "Lonely Planet" de mais uma das muitas atracções turísticas do país.
Já estou ouvindo a caixa registadora a tilintar...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Uma lulik

A "uma lulik" é a casa sagrada de qualquer família timorense. Entenda-se: família alargada, e não família nuclear, como tradicionalmente a conhecemos no Ocidente (e não só). Aqui como em quase todas as sociedades economicamente menos "afluentes", o que interessa é o grupo e não o indivíduo.

Um exemplo muito interessante de uma lulik é a que está quase no cima da serra que circunda Dili, na estrada para Aileu, a cerca de 30 kms de Dili.

Em 2005 ela tinha acabado de ser construída e apresentava o aspecto abaixo: linda, toda "direitinha", uma belezura!

À sua frente, como usual, o altar circular de pedras com o conhecido tronco "trifurcado". E nem vestígios da cruz cristã.

Há dias voltei a passar por lá e lá estava ela mas agora quase irreconhecível por causa dos "apêndices" que lhe juntaram: um pequeno abrigo, um letreiro e uns mastros. Provavelmente cansados de dar tanta explicação aos passantes, os "curadores" resolveram pespegar à sua frente um enorme letreiro que esconde um bocado da casa.
Enfim: assim, com um bocado de mau gosto, se alterou significativamente o visual da casa sagrada, agora meio-escondida.

Numa manifestação que já vira noutro local, acrescentaram também uma cruz. Não vá o diabo tecê-las...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Para aqueles que têm andado mais longe de Dili...

Foto tirada do morro a nascente de Dili onde estão as antenas de telecomunicações, na saída para Baucau

Prémio de criatividade e dedicação!...

Sem palavras

domingo, 9 de agosto de 2009

Clap, clap, clap, clap!...

Peço desculpa aos leitores deste blog mas não posso deixar de, no dia de hoje, em que Raul Solnado vai a enterrar, "dizer" "apenas" o seguinte: clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap!...

Estamos quase lá!...

Estamos quase no dia 30 de Agosto, quando se comemora o décimo aniversário da "consulta popular" que abriu as portas à independência (para uns; para outros e constitucionalmente é a como que "restauração da independência") de Timor Leste.
Anunciando os resultados do referendo, o Diário de Notícias apresentava então esta foto e um título que é um grito --- que podia bem ser o grito da moça da foto.

Por onde andará ela? O que pensou então? O que pensa agora?
Claro que "tudo vale a pena quando a alma não é pequena" mas... "one penny for your thoughts"

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Uma das paisagens mais bonitas de Timor Leste

Há gostos para tudo e desde há vários anos que tenho um "fraquinho" especial por um enorme vale, usualmente cultivado com arroz, que quase de repente nos aparece pela frente quando somos suficientemente loucos para nos metermos pela estrada que, começando meia dúzia de quilómetros antes de Aileu (para quem vai de Dili), segue até Gleno.

Na falta de melhor "programa" meti-me à estrada no sábado passado e fui revisitar o local, especialmente bonito quando o arrozal está verdinho, cerca de Abril-Maio, como nas fotos abaixo tiradas em 2003.


Lá estava ele à minha espera. Tal como estava à minha espera a árvore que sempre me serve de referência e de onde tenho tirado, ao longo dos anos, várias fotografias como que a querer fazer a "história" do local em imagens. As coordenadas GPS do ponto da estrada de onde tiro as fotos são 8º 40',88 S e 125º 32',15 E (atitude: 1102 mts).

Em fins de Julho o aspecto já é mais seco mas a paisagem continua a ter a sua beleza. E tem um "plus": a visão, ao longe, do Tatamailau, por vezes encoberto pelas nuvens, outras vezes como que "ensanduichado" entre duas delas.
Curioso também é o facto de em anos de maior seca o lago que se pode ver nas fotos desaparecer completamente, como há cerca de 3-4 anos.

Julho de 2003

Agosto de 2009

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Continuando na série do "antes e depois"...

Desta vez as honras cabem ao "Mercado Municipal" de Dili. Como estava em 2000 quando eu o "conheci" e como está agora (mais abaixo).



Lembro-me de em 2000, andava eu às voltas pela cidade com um motorista de taxi que tinha andado de "canhota" nas mãos durante vários anos e que falava um português "mais que perfeito", ter passado pelo mercado e, face ao espectáculo que se me deparou (apenas restava a fachada, tal como se vê na primeira foto), ter comentado para o motorista que o destino dele acabaria por ser deitarem tudo abaixo.
O que eu fui dizer!... Não sei bem se foi porque o sentia (creio que sim) ou se por eu ser português (também creio que sim... Eles sabem o que gostamos de ouvir, olá se sabem!... :-) ) , a verdade é que me respondeu logo com qualquer coisa como "Nem pensar! Está lá o escudo português e por isso não pode ir abaixo!...".

Seja como for gostei de ouvir, claro. E a verdade é que não foi abaixo!... Pelos vistos parece que ele lá tinha as suas razões para dizer o que dizia... Antes assim!

PS - Uau! Lembrei-me do nome dele! Era o sr. Francelino! Quase de certeza. E o taxi era daqueles azuis, relativamente comuns na altura e que tinham sido importados de Singapura.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Mais uma de "antes" e "depois"...

Quem diria que quem está assim...


... e assim,


... também já esteve assim (ou melhor: "assado"...) em 1999?!... (Obrigado, MC)

Indo eu, indo eu a caminho de Aileu...

... dou com esta cena (com o Tatamailau ao fundo)! Que romântico!...