sábado, 31 de janeiro de 2009

As lanchas-patrulha da "Componente Naval das FDTL"

Nado e criado à borda de água e, por isso, com o mar à vista e o cheiro a maresia, quis o destino que viesse a fazer "a tropa" na Marinha de Guerra portuguesa, "a Gloriosa"!...
Por tudo isso sempre interessei pelas coisas do mar e hoje não perco a oportunidade de tirar fotos a navios, principalmente aos grandes paquetes de cruzeiro que visitam Lisboa durante o período de Abril a Outubro, principalmente (veja fotos de navios aqui).

Também por isso tenho seguido com algum interesse o que se passa com a componente naval das FDTL que, como muitos saberão, é constituída por duas lanchas de fiscalização, a "Oecussi" (P101) e a "Ataúro" (P102).

A lancha "Oecussi" (P101); é ela que dá o nome à "classe" de navios ("Classe Oecussi")

A lancha "Ataúro" (P102)... com Ataúro ao fundo

Estas lanchas estão normalmente atracadas no pequeno porto de Hera, a poucos quilómetros a oriente de Dili, e foram oferecidas por Portugal em 2002, aquando da independência do país. As lanchas foram pertenciam, em Portugal, à chamada "Classe Albatroz", tendo na nossa Armada os nomes de "Albatroz" (a que deu o nome à classe, a primeira a entrar ao serviço do seu tipo, em 1974) e de "Açor", respectivamente as P1162 e P1163. A primeira é agora a "Oecussi" e a segunda é a "Ataúro" --- a madrinha desta é a deputada Fernanda Borges, líder do PUN e então Ministra das Finanças, a primeira do novo país.

Uma curiosidade: Oecussi é o nome da enclave onde se diz que os portugueses chegaram primeiro e Ataúro é a ilha timorense, frente a Dili, de onde partiram os últimos representantes da então Administração portuguesa em 7 de Dezembro de 1975, data da invasão indonésia de Timor (veja aqui informação sobre a entrega das lanchas a Timor Leste em 2002).

Monumento em Lifau, perto de Pante Makassar (capital de Oecussi) assinalando o local onde desembarcaram portugueses em18 de Agosto de 1515

Estas lanchas foram muito afectadas pelo pequeno maremoto que se seguiu aos terramotos que se fizeram sentir em Dili em 12 de Novembro de 2004. Só no final do ano passado, depois de um prolongado período e "fabricos" (reparações) na Indonésia --- com assistência técnica e financeira de Portugal ---, é que voltaram a estar operacionais e a navegar.

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